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Ex-policial bolsonarista que matou líder do PT é condenado a 20 anos de prisão

Na decisão, a juíza afirmou que Guaranho usou uma arma da União para cometer o crime e disse que ele demonstrou intolerância política. A magistrada determinou a prisão imediata do bolsonarista, que cumpria prisão domiciliar desde o ano passado.

Ex-policial bolsonarista que matou líder do PT é condenado a 20 anos de prisão

O crime ocorreu em julho de 2022. Na ocasião, Guaranho invadiu a festa de Marcelo, que comemorava 50 anos de idade e usava uma camiseta com a foto de Lula, então candidato, e decorações com referências ao PT, como balões vermelhos.

O ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho (40) foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Marcelo Arruda (50), tesoureiro do PT e guarda municipal. A pena foi estabelecida nesta quinta (13) por sete jurados e lida pela juíza Michelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba (PR).

Guaranho foi acusado de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil (divergência política) e perigo comum (por ter efetuado disparos em um ambiente com outras pessoas), pelo Ministério Público (MP). A pena será cumprida inicialmente em regime fechado e cabe recurso.

Na decisão, a juíza afirmou que Guaranho usou uma arma da União para cometer o crime e disse que ele demonstrou intolerância política. A magistrada determinou a prisão imediata do bolsonarista, que cumpria prisão domiciliar desde o ano passado.

O crime ocorreu em julho de 2022. Na ocasião, Guaranho invadiu a festa de Marcelo, que comemorava 50 anos de idade e usava uma camiseta com a foto de Lula, então candidato, e decorações com referências ao PT, como balões vermelhos.

Marcelo Arruda em seu aniversário de 50 anos. Foto: Reprodução

O bolsonarista não conhecia o líder do PT e invadiu o local onde ocorria o evento gritando o nome de Jair Bolsonaro, então presidente e candidato à reeleição. Logo depois, ligou o som de seu carro com uma playlist com músicas da campanha do político.

Em resposta, Arruda gritou “Bolsonaro na cadeia” e os dois discutiram. Após a briga, Guaranho deixou o local em seu carro e voltou com sua arma, disparando contra o petista, que foi atingido por dois tiros, chegou a ser levado a um hospital e morreu.

No depoimento ao júri, Guaranho afirmou que voltou ao local porque seu filho, que à época tinha pouco mais de um mês, teria sido atingido por terra jogada por Arruda.

O julgamento foi realizado nos últimos três dias e a defesa do bolsonarista alegou que Arruda sacou a arma primeiro e que Guaranho atirou para se defender. Seus advogados também alegaram que ele foi agredido por três homens que estavam na festa.

Em seu relato, Guaranho disse que também foi alvejado pela vítima e que tem projeteis no corpo, sendo dois deles na cabeça. O bolsonarista aponta que tem “dificuldade para andar” por conta das balas e que precisou fazer cirurgias após o episódio, como um implante de osso na mandíbula.

Nova pessoas, incluindo testemunhas, informantes e peritos, foram ouvidas no decorrer do júri. O réu foi o último a ser interrogado e deu sua versão do episódio publicamente pela primeira vez.

Veja como se iniciou a confusão antes do assassinato: