Apontada pela Polícia Federal como a terceira maior facção do País, a Família do Norte (FDN), se infiltrou no Distrito Federal para disputar o controle do tráfico de drogas na região. A quadrilha opera tanto no atacado, comercialização e transporte, como no varejo da venda de drogas.
Resultado da união de dois traficantes, Gelson Lima Carnaúba, o Gê, e José Roberto Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, a FDN foi estruturada em Manaus (AM), em 2006, e tenta chegar ao controle do tráfico de drogas na região amazônica.
Chegada no Centro-Oeste desde meados de 2019, naquele ano cerca de 260 policiais civis do DF fizeram parte da Operação Gomorra para desarticular uma organização que funcionava como um braço da FDN na capital federal.
O grupo era acusado de tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e furtos de celulares em grandes eventos e roubos.
Hudson Maldonado, então delegado-chefe da 13ª DP (Sobradinho), confirmou, na época, a vinda de faccionados da FDN para criar uma célula criminosa. As apurações policiais flagraram ainda o acordo firmado entre integrantes da quadrilha para matar desafetos.
Aliada ao CV
Em 2015, uma operação da PF, a La Muralla, flagrou o grupo movimentando milhões por mês com o domínio da “rota Solimões” – usada para escoar a cocaína produzida na Bolívia e no Peru por meio dos rios da região amazônica. A FDN era, segundo investigações, aliada do Comando Vermelho (CV).
Em 2017, as mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) – 56 detentos foram assassinados – foram atribuídas a uma disputa entre a FDN e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que tentava ampliar a presença da facção paulista no estado amazonense. Investigadores acreditam que integrantes do CV pediram à FDN que executasse integrantes do PCC em Manaus.
Já as execuções em maio de 2019, totalizaram 55 mortes, ocorreram em meio, segundo o governo do Amazonas, a uma disputa entre os atuais líderes da FDN Zé Roberto da Compensa e João Pinto Carioca, o João Branco, pelo comando do grupo.