Preso acusado de matar o empresário e sargento do Exército Lucas Ramon Silva Guimarães, Silas Ferreira da Silva, teria recebido R$ 65 mil para executar o crime passional ligado aos proprietários do Supermercado Vitória.
Detalhes da prisão e do modus operandi da execução foram repassados nesta terça-feira (23) durante coletiva de imprensa da Polícia Civil, pelo delegado titular da Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ricardo Cunha.
Conforme investigações, o dinheiro foi gasto por Silas para comprar uma moto, de R$ 5 mil, e o restante teria sido gasto com festas, bebidas, drogas e farras. Ele foi preso quatro vezes, sendo duas por roubo, uma por tráfico de drogas e outra por ameaça e “vias de fato”. A ficha policial é extensa e por duas vezes registra que ele apontou arma de fogo e fugiu em motocicleta.
De acordo com a polícia, o preso pertence a uma facção criminosa, de quem recebeu proteção durante o período que ficou escondido. Ele foi detido na casa da mãe, na Colônia Antônio Aleixo.
Segundo depoimento de Silas, todo o material usado no crime – roupas, arma, veículo – foram cedidos por um intermediário dos mandantes do crime e devolvidos ao mesmo. Silas não soube informar onde estaria a arma.
“Agora seguimos na investigação para fazer a ligação do executor e os possíveis mandantes. Ele é altamente frio, ficou quatro anos presos e foi liberado no dia 5 de agosto. Em menos de 30 dias cometeu o homicídio. Segundo ele, não sabia que o alvo era conhecido e militar. Ele passou os três meses escondido com apoio da facção e do dinheiro recebido, em espécie”, falou Cunha.
A prisão, efetuada em operação da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), ocorreu depois de longa caçada. O crime ocorreu no dia 1º de setembro.
A polícia suspeita que Silas tenha sido o homem que entrou na lanchonete, perguntou pelo sargento, puxou o revólver, disparou três tiros, matou e saiu tranquilamente na moto. Ele foi preso pelo delegado Ricardo Cunha.
O crime teve grande repercussão. Lucas era casado com a filha do proprietário do hospital Santa Júlia.
A cafeteria em que foi morto fica ao lado do hospital e ele chegou a ser levado para lá, mas já entrou sem vida.
Lucas Ramon foi morto com três tiros na cabeça dentro da sua cafeteria, na Praça 14, Zona Sul de Manaus. O casal Joabson Agostinho e Jordana Azevedo, donos da rede de supermercado Vitória, é acusado de mando no crime. Ele teria tido envolvimento amoroso com Jordana.
Com a quebra do sigilo telefônico do casal, a polícia afirmou que Jordana teria tomado conhecimento dos planos do marido e nada fez para impedir. O casal foi preso e só conseguiu retomar a liberdade com habeas corpus obtido no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Deve responder pela acusação em liberdade.
Câmeras de segurança registraram a ação do atirador. A família do sargento chegou a oferecer uma recompensa de R$ 40 mil para quem fornecesse informações sobre o suspeito do assassinato. A polícia espera que Silas Ferreira da Silva forneça as informações sobre a encomenda do crime.