Seis indígenas foram feridos em uma ação da Polícia Militar de Roraima dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, nesta terça-feira (16). Segundo a Folha, os agentes tinham como objetivo destruir um posto de vigilância montado pelos indígenas para impedir o garimpo ilegal de ouro na região.
O coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Edinho Batista de Souza, afirmou que repudia a ação dos policiais, que dispararam balas de borracha contra os indígenas. “Repudio a ação criminosa do governo contra a comunidade indígena Tabatinga. Uma atividade legítima de monitoramento territorial, feita pelas comunidades indígenas, pela ausência do poder público em combater a invasão de terras indígenas”, disse.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma indígena idosa aparece chorando após ser atingida na perna, além de diversos homens feridos, um deles na cabeça. Os policiais ainda retiraram uma faixa que citava o artigo 231 da Constituição de 1988, que versa sobre os direitos indígenas.
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O Conselho Indígena de Roraima (CIR) divulgou vídeo com a ação truculenta da PM do estado dentro da Comunidade Tabatinga dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A polícia invadiu e atirou na casa do Tuxaua da Comunidade. No vídeo, alertam que há crianças no local pic.twitter.com/1fG71HCOu7— Vocativo (@vocativo) November 17, 2021
Em agosto, uma decisão da Justiça de Roraima determinou o fim dos postos de vigilância, a pedido da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima, pró-garimpo. Vale lembrar que a atuação dentro da terra indígena é de competência da Polícia Federal, e não da PM.
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou uma comunidade indígena da região, e esteve acompanhado por lideranças políticas que apoiam o governo federal. Durante o discurso, ele voltou a defender a legalização do garimpo, que tem crescido no Brasil e contaminado os rios e causado problemas sociais na região, como prostituição e alcoolismo.
Em nota divulgada em redes sociais, a Polícia Militar destacou que agiu em cumprimento de uma decisão judicial e que disparou contra os indígenas para revidar um ataque com flechas e pedras. Segundo as autoridades, não foram usados armamentos letais. Um policial teria sido ferido na perna por uma flecha, sem gravidade.
(*) Com informações da Folha de S.Paulo