Filiado ao Podemos, o ex-juiz parcial Sergio Moro já começou a fazer campanha para a presidência pela chamada “terceira via”. Em entrevista à Rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (30), o ex-presidente Lula (PT) disse achar “maravilhosa” a candidatura do ex-ministro.
“Eu acho maravilhoso Moro se colocar como candidato. A gente vai ter que conversar com Moro sem a proteção da toga, para dizer na cara dele que ele é mentiroso, que ele é falso”, afirmou o petista.
O ex-ministro foi julgado como parcial nos processos envolvendo Lula no âmbito da Operação Lava Jato, um dos mais notáveis casos de lawfare de que se tem notícia no mundo até hoje.
“Quando eu fui prestar depoimento, falei para o Moro: “Posso chegar em casa e perguntar para o meu filho, para o meu neto, para o meu bisneto, se estou sendo julgado por um juiz imparcial?’ Ele falou: ‘Pode’. Eu falei: ‘Porque o senhor não foi imparcial na minha condenação’. Ele sabia que estava mentindo”, recordou o ex-presidente.
Lula voltou, ainda, a explicar a fake news disparada contra ele e endossada pela mídia liberal de que teria igualado a primeira-ministra Angela Merkel ao presidente Daniel Ortega, quando comentou as últimas eleições na Nicarágua em entrevista ao “El País” da Espanha”.
“Eu não fiz comparação entre Ortega e Angela Merkel. Fiz comparação entre dois mandatos, um parlamentarismo e um presidencialismo. Porque no parlamentarismo as pessoas podem ficar 20 e poucos anos no poder, e no presidencialismo não podem?” questionou.
Lula foi interrompido por jornalistas da emissora, que tentaram descreditar sua pergunta, afirmando que Ortega mandou prender candidatos de oposição e violar os direitos humanos.
“Eu não vi vocês incomodados quando eu fui preso injustamente. Não vi vocês falarem que Bolsonaro foi candidato comigo preso. Eu estava preso quando a ONU em Genebra autorizou que eu pudesse ser candidato à presidência. Vocês não falaram nada quando prenderam o cara que estava em primeiro lugar na pesquisa de opinião pública. Eu não era oposição, eu era o cara que tinha mais votos que todos os outros. Me prenderam para me tirar das eleições”, rebateu o ex-presidente.