A postura americana em relação à ordem de prisão do blogueiro radical bolsonarista Allan dos Santos pesou na decisão do Ministério da Justiça de Lula de barrar o pedido feito pela administração de Joe Biden para extraditar para os Estados Unidos o espião russo Sergey Vladimirovich Cherkasov.
Condenado por uso de documentos falsos, Cherkasov está preso em uma área especial da penitenciária federal de segurança máxima de Brasília e é alvo de uma segunda investigação, por lavagem de dinheiro.
Assim como o governo russo, os Estados Unidos solicitaram a extradição do espião, sob a alegação de que ele atuou em território americano no período em que usou uma identidade brasileira falsa.
Como a coluna informou ontem, em primeira mão, o pedido americano foi rejeitado sumariamente pelo governo brasileiro, já na primeira análise, no Ministério da Justiça.
Embora a negativa tenha sido justificada com argumentos técnicos, o fator político teve grande peso na decisão, dizem fontes graduadas do governo a par do assunto.
Segundo uma dessas fontes, um dos motivos principais para a negativa foi a falta de reciprocidade dos americanos em pedidos similares que são feitos pelo Brasil a Washington.
O caso do radical bolsonarista Allan dos Santos é não apenas lembrado como o maior exemplo disso como apontado como uma das razões do “veredicto”, avalizado pela alta cúpula do governo.