O prefeito de Manaus, David Almeida, suspendeu nesta quinta-feira, 21, pelo prazo de 24 hora, a vacinação de profissionais da saúde contra a Covid-19. A inusitada decisão aconteceu depois do vexame patrocinado pelas irmãs Gabriela e Isabela Lins que, um dia após serem contratadas pela prefeitura para exercerem cargos de confiança DAS4, furam a fila da vacinação contra a covid-19;
O tímido e acanhado argumento esboçado pela prefeitura é de que o Ministério da Saúde disponibilizou poucas doses ?em todo o Brasil há o suficiente para imunizar somente 4% da população prioritária? e, por isso, será necessário repensar a campanha de imunização na cidade, que vive um segundo colapso.
E o que tem a ver a pouca quantidade, antecipadamente difundida para todos os brasileiros, com atabalhoada decisão de suspender a imunização? Será que não foi suficiente tanto tempo sem ela, a vacina, para agora, suspender a campanha para reprogramá-la?
Nada a ver. Quem anda para trás é caranguejo ou curupira. A desculpa é no mínimo esfarrapada, para boi dormir.
De acordo com informação da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, a recomendação para pausar a campanha de vacinação dos profissionais de saúde foi feita em reunião entre representantes do Ministério Público do Estado (MPE-AM), Ministério Público do Trabalho (MPT-AM), Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) e Defensoria Pública da União (DPU-AM), Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e Ministério Público de Contas (MPC-AM) com as secretarias de Saúde do município (Semsa) e do Estado (SES-AM), na noite desta quarta-feira.
Nos primeiros dois dias de vacinação na capital, 1.140 profissionais de saúde, que atuam na linha de frente no atendimento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19, receberam a primeira dose da CoronaVac. Eles integram o grupo prioritário da primeira fase da campanha de imunização contra a doença, conforme definido pelo Ministério da Saúde.
Sobre o caso “fura filas” das irmãs Lins
O Ministérios Públicos do Estado do Amazonas (MPE-AM) informou, quarta-feira, 20, que vai investigar o suposto desvio da aplicação de vacinas em favor de pessoas que não pertencem aos grupos prioritários.
A iniciativa do Ministério Público foi anunciada horas depois das notícias de que as irmãs Gabriela e Isabela Lins teriam furado a fila das prioridades, terça-feira, 19, para serem imunizadas.
Apesar do MPE-AM não ter citado nomes ou fatos e ter se referido apenas a notícias, fica claro que os alvos são as irmãs Lins, uma delas, a Gabriela, nomeada pelo prefeito David Almeida para um cargo de confiança na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
Ainda na noite de ontem, a juíza federal, Jaiza Fraxe, fez um apelo no Twitter para que a população não deixasse que a fila da vacina fosse furada e que denunciasse as autoridades eventuais privilégios.