
O presidente Jair Bolsonaro lançou dúvidas nesta segunda-feira 16 sobre o sistema eleitoral brasileiro e indicou que o resultado das eleições municipais deste domingo 15 podem não ser legítimos. Bolsonaro não apresentou qualquer evidência a sustentar suas suposições.
“Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido. Não deixar margem para suposições. Agora [temos] um sistema que desconheço no mundo onde ele seja utilizado. Só isso e mais nada”, disse o presidente a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.
Ele também voltou a defender a prática do voto impresso. “O Supremo disse que é inconstitucional o voto impresso, tem Proposta de Emenda à Constituição na Câmara. Se nós não tivermos uma forma confiável de apurar as eleições, a dúvida sempre vai permanecer”, completou. Segundo ele, “é o povo” quem pede a mudança no sistema de votação.
Ao final da conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que não gravaria vídeos e disse não estar se “sentindo bem”.
Na noite do domingo 15, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, informou que um problema técnico foi o responsável pela lentidão na totalização dos votos em diversas cidades do Brasil.
“Houve um atraso na totalização dos resultados por força de um problema técnico que foi exatamente o seguinte: um dos núcleos de processadores do supercomputador que processa a totalização falhou e foi preciso repará-lo”, disse Barroso.
Para o presidente do TSE, no entanto, “a ideia de que a demora possa trazer algum tipo de consequência para o resultado não faz nenhum sentido, porque o resultado já saiu quando a urna imprimiu o boletim”. Como explicado por Barroso, a urna eletrônica imprime o boletim ao final do dia, o que atesta que a votação de fato aconteceu.