A CPI da Pandemia quer indiciar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por curandeirismo, acusação que deve ser ampliada também para propaganda enganosa.
Os senadores ouviram nesta quarta-feira (11) o diretor da farmacêutica Vitamedic, uma das fabricantes do medicamento ivermectina do Brasil, que viu o faturamento da empresa disparar no ano passado. O antiparasitário, que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, foi defendido pelo governo federal no tratamento da doença.
A CPI da Pandemia deve propor, no relatório final da comissão, o indiciamento do presidente por cinco crimes. Entre eles, o de omissão durante epidemia, o de infração de medida sanitária, por, por exemplo, não utilizar máscara e não respeitar o distanciamento social, e o de corrupção passiva.
A comissão também pretende incluir os crimes de curandeirismo e advocacia criminosa — que se referem a condutas de Bolsonaro de incentivar o uso de medicamentos não comprovados contra a Covid-19 e possivelmente adquiri-los.
O diretor da Vitamedic, Jailton Batista, confirmou que a farmacêutica patrocinou um manifesto de médicos a favor do chamado “tratamento precoce”, publicado em jornais.
De acordo com relatórios enviados à CPI, a Vitamedic viu as vendas da ivermectina saltarem de pouco mais de 24 milhões de comprimidos, em 2019, para 297 milhões em 2020 — um crescimento de mais de 1.100%. Com isso, no ano passado, o faturamento da empresa, apenas com a ivermectiva, foi de R$ 470 milhões, quase 30 vezes maior do que em 2019.
Mas o diretor da Vitamedic garante que o medicamento não foi vendido para o governo federal. Mesmo assim, Jailton admitiu que a Vitamedic não fez estudo clínico sobre a eficácia da ivermectina na prevenção da Covid-19.
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