Em discurso a apoiadores em Brasília neste 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) puxou um coro de “imbrochável” após citar a esposa, Michelle Bolsonaro, compará-la com outras primeiras-damas e chamá-la de “princesa”.
“A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós. Vamos convencê-los do que é melhor para nosso Brasil. Podemos fazer várias comparações até entre as primeiras-damas. Não há o que discutir, uma família de Deus, família e ativa na minha vida”, disse.
“Procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda. Obrigada pela minha segunda vida, pela minha missão”, continuou o presidente.
Presidente não ataca Supremo, apesar de vaias dos apoiadores. Ao citar o STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente não emendou em críticas aos ministros e limitou-se a dizer que “todos sabem” o papel da corte atualmente.
“Tenho certeza, nessa Esplanada, aqui a origem das leis que mudam o nosso país, muito feliz em ter ajudado chegar até vocês a verdade. Também ter mostrado para vocês que o conhecimento também liberta. Hoje todos sabem quem é o Poder Executivo, hoje todos sabem o que é Câmara dos Deputados, todos sabem o que é o Senado Federal, e também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal”, disse.
Presidente fez discurso mais moderado do que antes de desfile. Horas antes desse discurso, durante café da manhã no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que a “história pode se repetir”. O discurso foi feito pelo presidente a um grupo de apoiadores em sua residência oficial, antes que ele partisse para a cerimônia militar de comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, na Praça dos Três Poderes.
“Queria dizer que o Brasil já passou por momentos difíceis, mas por momentos bons: 22, 65, 64, 16, 18 e agora 22. A história pode se repetir, o bom sempre venceu o mau”, disse Bolsonaro.
Além do golpe militar que deu origem à ditadura no Brasil, as demais datas citadas por Bolsonaro correspondem ao ano da revolta tenentista, em 1922, ao do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e ao ano em que ele foi eleito presidente, em 2018.
“Estamos aqui porque acreditamos em nosso povo e nosso povo acredita em Deus. Tá aí uma certeza: que com perseverança, fazendo tudo aquilo que pudermos fazer aqui na terra, Ele decidiu que fará para nós o que for possível para a nação”, acrescentou o chefe do Executivo.
O Brasil viveu os momentos mais duros da sua história recente na época da ditadura militar, que durou 21 anos, entre 1964 e 1985. O período foi marcado por torturas e ausência de direitos humanos, censura e ataque à imprensa, baixa representação política e sindical, precarização do trabalho, além de uma saúde pública fragilizada, corrupção e falta de transparência.