A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) publicou nesta quarta-feira (13/1) a nova edição do seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos em 100 países. Em um capítulo dedicado ao Brasil, o presidente Jair Bolsonaro foi duramente criticado por sua postura diante da epidemia do novo coronavírus.
De acordo com a HRW, Bolsonaro só não conseguiu sabotar as políticas de enfrentamento à Covid-19 por causa do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e da atuação de governadores.
“O presidente Jair Bolsonaro tentou sabotar as medidas contra a disseminação da Covid-19 no Brasil e impulsionar políticas que comprometem os direitos humanos. O Supremo Tribunal Federal e outras instituições democráticas foram forçadas a intervir para proteger esses direitos”, afirma trecho do relatório.
“O presidente minimizou a Covid-19, que ele chamou de ‘uma gripezinha’; se recusou a tomar medidas para se proteger e proteger as pessoas ao seu redor; disseminou informação enganosa; e tentou impedir os estados de impor regras de distanciamento social. Sua administração tentou ocultar os dados da Covid-19 do público. Ele demitiu seu ministro da Saúde por defender as recomendações da Organização Mundial da Saúde e o ministro substituto desistiu em oposição à defesa [feita por Bolsonaro] a um medicamento não comprovado para tratar a Covid-19”, prossegue a HRW.
O relatório destaca, ainda, decisão do Supremo Tribunal Federal que ordenou o fim da superlotação no sistema socioeducativo Brasileiro e um projeto de lei aprovado pelo Congresso e sancionado por Bolsonaro que obriga o governo a fornecer atendimento médico emergencial e outras formas de assistência para ajudar indígenas a lidarem com a epidemia.