O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) voltou a ironizar Duda Salabert (PDT) durante o debate da TV Bandeirantes, realizado na última quinta-feira (8). O parlamentar, já condenado por transfobia por se referir à candidata com pronomes masculinos, destacou em um vídeo publicado na rede social X que Salabert teria utilizado o termo “prefeito” para se referir a si mesma durante o debate.
No vídeo, o bolsonarista desacelerou trechos da participação de Salabert, sugerindo que a candidata usou o substantivo masculino para se autodenominar. Além disso, ele mencionou o momento em que o prefeito Fuad Noman (PSD), que busca a reeleição, se dirigiu a ela como “senhor”.
“Duda corrige alguns e judicializa seus opositores, mas se chama de prefeito. Ainda bem que meu recurso ainda será julgado pelo STJ, em episódios como esse fica claro a verdadeira intenção desses processos. Que seja anulada a condenação”, escreveu o deputado em sua postagem.
Nikolas Ferreira, após ter três recursos negados pela Justiça, informou que levará o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em resposta ao jornal O Globo, Duda Salabert reconheceu que, no trecho apontado pelo deputado federal, sua dicção pode não ter sido clara, mas afirmou que, mesmo se tivesse utilizado “prefeito”, isso não seria um problema.
“A ultradireita não tem propostas para que o Brasil e Belo Horizonte superem a crise em que estão. Eles reduzem o debate puramente a pronome, banheiro, são os únicos tópicos que eles discutem e de forma odiosa. Nossa preocupação é discutir as formas de melhorar a sociedade, e é por isso que estou na política. Não estou preocupada com esses ataques”, declarou ela.
No início desta semana, Salabert comemorou a rejeição do terceiro recurso de Nikolas, que tenta reverter sua condenação por transfobia. A decisão, mantida pela desembargadora Ana Paula Caixeta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), confirma a sentença contra o deputado, que utilizou pronomes masculinos ao se referir à candidata em uma entrevista em 2020, quando ambos eram vereadores em Belo Horizonte.
Nikolas Ferreira foi inicialmente condenado a pagar R$ 80 mil, mas o valor foi reduzido para R$ 30 mil pelo TJMG em dezembro do ano passado.