O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (5/8) que a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, de cancelar a reunião entre os chefes dos três Poderes é um “direito dele”.
“Quanto à nota do ministro Fux, é um direito dele fazer a nota. Ele havia me convidado para a reunião de chefes de Estado [Bolsonaro quis dizer Poderes]. Sem falar comigo, resolveu decidir”, disse Bolsonaro durante sua transmissão ao vivo nas redes sociais.
Na live, o presidente disse que em suas palavras não há “ataques ao STF”. “Zero”, ressaltou. O chefe do Executivo ainda disse que está disponível e aberto ao diálogo” com os Poderes.
“Da minha parte, conversar com Vossa Excelência, ministro Fux, está aberto ao dialogo. Não tem problema nenhum. Só nós dois. Ou chama lá também o Rodrigo Pacheco. Convido também o Arthur Lira. Nós quatro. Sem problema nenhum. Vamos nós quatro ali rasgar o verbo. Com compromisso de não sair e tagarelar para a imprensa. Estou à disposição”, declarou.
Durante sessão do Supremo, nesta quinta, Fux reclamou das ofensas de Bolsonaro a membros da Suprema Corte e ao processo eleitoral brasileiro e comunicou o cancelamento do encontro.
“O presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Além disso, Sua Excelência mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do Plenário, bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro”, disse.
“Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os chefes de Poder, entre eles o presidente da República. O pressuposto do diálogo entre os Poderes é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes”, continuou o presidente do STF.