Em sabatina na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado Federal, o procurador-geral da República, Augusto Aras, deve ser cobrado na próxima terça-feira (24) se dará prosseguimento aos indícios de irregularidades apontados pela CPI da Pandemia.
O parecer final deve ser apresentado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), até o final de setembro. A tendência é de que o senador indicie o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por eventuais equívocos cometidos no enfrentamento à pandemia do coronavírus.
Após a sua conclusão, o texto final será enviado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá, após análise dos indícios de irregularidades, pela denúncia dos nomes indiciados.
Segundo cinco senadores titulares da CCJ, que foram ouvidos pela CNN Brasil, a cobrança do procurador-geral para que se comprometa a dar prosseguimento aos indícios de irregularidades será inevitável.
Eles apontam ainda que a sabatina pela recondução de Aras será mais dura que a enfrentada pelo procurador-geral da República em 2019, quando foi confirmado pela primeira vez ao posto. Ainda assim, consideram que são pequenas as chances de ele não ser confirmado.
Pelos cálculos feitos por parlamentares governistas e oposicionistas, a previsão é de que, no plenário do Senado Federal, Aras receba o apoio de pelo menos 55 senadores. Em 2019, ele obteve um placar de 68 votos a favor.
Os integrantes da comissão pretendem questioná-lo ainda sobre o que consideram um alinhamento do procurador-geral ao Palácio do Planalto, bem como se ele teria prevaricado ao se omitir em relação às críticas de Bolsonaro ao sistema eleitoral e à postura do governo federal durante a crise sanitária.
Na semana passada, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentaram queixa-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o procurador-geral da República. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.