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“Eu preferia ter morrido no lugar da Marielle”, diz Domingos Brazão

Domingos negou conhecer Ronnie Lessa ou Élcio de Queiroz, assassinos confessos da vereadora e delatores do caso. Sobre Lessa, ele complementou: “Ele está nos enterrando vivo. Preferia ter morrido no lugar da Marielle. Não dá para entender como esse rapaz

“Eu preferia ter morrido no lugar da Marielle”, diz Domingos Brazão

Domingos Inácio Brazão negou conhecer grande parte dos integrantes do processo. Aos prantos, ele afirmou: “Preferia ter morrido no lugar da Marielle”.

Durante depoimento em audiência do Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvir os supostos mandantes do homicídio da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Inácio Brazão negou conhecer grande parte dos integrantes do processo. Aos prantos, ele afirmou: “Preferia ter morrido no lugar da Marielle”.

Preso há sete meses, 26 quilos mais magro, Domingos responde a ação penal sob as acusações de homicídio qualificado e organização criminosa. Durante seu depoimento ao STF, nesta terça-feira (22/10), o réu acusou integrantes da Polícia Federal de não terem conduzido bem o processo que levou à sua acusação.

Assim como seu irmão, Chiquinho Brazão, Domingos negou conhecer Ronnie Lessa ou Élcio de Queiroz, assassinos confessos da vereadora e delatores do caso. Sobre Lessa, ele complementou: “Ele está nos enterrando vivo. Preferia ter morrido no lugar da Marielle. Não dá para entender como esse rapaz dorme”.

Domingos disse que “nunca foi ouvido no caso”, e que, se tivesse sido, a situação dele hoje seria diferente. “Nunca fui ouvido. Tô aguardando essa oportunidade de falar desde que começou a sair meu nome na imprensa. Estou há sete meses num presídio federal. Se eu tivesse sido ouvido antes, teríamos economizado o tempo de todo mundo. Mas não houve interesse”, disse.

“Esse pequeno grupo que ficou responsável por essa investigação, não sei se de maneira açodada ou por empolgação, não nos foi dada a oportunidade de sermos ouvidos e de esclarecer”, complementou o conselheiro do TCE-RJ.

O réu ainda prosseguiu em sua defesa: “A busca da verdade deveria ser o principal. Se o senhor ministro Alexandre de Moraes tivesse me dado a oportunidade de ser ouvido, não estaria passando o que estou passando. O interesse não era em esclarecer”.

“Encurralado”
Questionado pelo juiz instrutor do gabinete de Moraes, Airton Vieira, sobre por que Lessa o teria apontado como mandante do assassinato de Marielle, Domingos Brazão disse acreditar que Lessa estava “encurralado” após a delação de Élcio. Para Domingos, Lessa queria os benefícios da delação. “A única parte real da história de Lessa é que ele matou Marielle. Só”, disse.

“Nunca tive contato com Lessa”
Em dois dias de depoimento, com a conclusão nesta terça-feira (22/10), Chiquinho Brazão teve falas parecidas com as do irmão. “Nunca tive contato com Ronnie Lessa. As pessoas são anônimas para você muitas das vezes. Não tenho dúvida de que ele poderia me conhecer, mas eu nunca na vida tenho lembrança de ter estado com essa pessoa”, disse, ao responder pergunta do juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, Airton Vieira.

Chiquinho ressaltou que tinha excelente relação com Marielle e que ela tinha “um futuro brilhante”. “Ela era uma vereadora muito amável”, alegou.

O parlamentar, preso desde março acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle, emocionou-se durante o depoimento. Ele chorou ao falar da família, do neto e da filha.

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