Depois de afirmar, em março, que votaria no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra Jair Bolsonaro, ex-chefe do Palácio do Planalto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reiterou o seu voto no petista, caso os dois nomes disputem o segundo turno da eleição de 2022.
Questionado pelo jornal Valor Econômico se mobilizaria o País para que Lula voltasse ao poder, o tucano disse esperar “que não seja necessário, mas, se for, provavelmente sim”. “O PT é um partido importante que se organizou. Não tenho medo do PT”, afirmou.
“Temo que esse venha a ser o cenário mais provável e que Bolsonaro ganhe outra vez. Depende do clima que se crie. Vão inventar que Lula é isso ou aquilo. Já votei no Lula. Difícil que Lula seja representante da terceira via, embora ele, na alma, seja isso. Ele simboliza e tem eco”, disse.
Na entrevista, FHC também afirmou que “Bolsonaro simboliza algo para a classe média baixa porque transformou Lula no que ele não é, um comunista, uma ameaça para a democracia”. “Lula nunca esqueceu o povo, mas sempre cativou o outro lado”, continuou.
FHC também fez críticas ao seu próprio partido, PSDB, que para ele “perdeu capacidade de atração e condição de ser fator real de poder”. Ele descarta o governador de São Paulo, João Doria, como candidato: “Creio que ele [Doria] não tenha o conjunto de características que mova o Brasil profundo”. E faz elogios ao senador Tasso Jereissati (CE).
Lula é líder nas pesquisas
Pesquisa Datafolha, divulgada na quarta-feira (12), apontou vitória de Lula contra Bolsonaro por 41% a 23% no primeiro turno e por 55% a 32% no segundo.
De acordo com o levantamento, os que rejeitam o governo, considerando-o ruim ou péssimo somaram 45%. Caiu de 30% para 24% o percentual dos brasileiros que aprovam o governo, na comparação com a pesquisa anterior, de março.