A GloboNews, canal pago de notícias da família Marinho, noticiou com um atraso de 24 horas a decisão histórica do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que confirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula foi alvo de perseguição política por parte do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-SP), que já havia sido declarado suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos processos contra o petista no âmbito da Lava Jato.
Outros canais da família Marinho, como o G1 e o jornal O Globo, também noticiaram o fato somente nesta quinta-feira (28) a decisão histórica da ONU que comprova que o ex-presidente teve seus direitos violados pela Lava Jato, inclusive ao ser impedido de disputar a eleição presidencial de 2018, na qual era o amplo favorito.
A maioria dos veículos da mídia corporativa nacional, como o jornal Valor Econômico, que também pertence à família Marinho, assim como O Estado de S. Paulo, não registraram a decisão histórica quando a notícia veio à público, ou seja, na quarta-feira (27).
O ex-ministro e pré-candidato a governador de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, criticou o silêncio da mídia corporativa em torno da decisão da ONU e qualificou a omissão dos veículos de imprensa como um “crime continuado” contra Lula. “Sonegar do cidadão brasileiro a informação sobre a vitória espetacular de Lula nas Nações Unidas é demonstração clara de que se trata de crime continuado contra a democracia com a qual a imprensa não demonstra nenhum compromisso. Longo caminho até outubro”, escreveu Haddad nas redes sociais
A perseguição jurídica por meio do lawfare contra o ex-presidente Lula foi fundamental para a concretização do golpe de 2016, que resultou na queda da presidente eleita Dilma Rousseff. Além da perseguição contra Lula e do golpe contra Dilma, um dos principais efeitos da Lava Jato foi a quebra de grandes empresas e empreiteiras brasileiras e a destruição de milhares de postos de trabalho, além de ter aberto as portas para a ascensão do neofacismo no Brasil.