No último sábado (6), a Folha de S.Paulo noticiou que o governo Lula estaria planejando a cobrança de mensalidades para alunos de universidades federais. No entanto, a informação foi desmentida pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) nesta segunda-feira (8).
“A respeito da reportagem ‘Governo cogita cobrar de alunos ricos em federais e mudar Fundeb para ajustar contas’, da Folha de S.Paulo, o Ministério da Fazenda informa que tais iniciativas jamais estiveram entre as medidas em análise pela pasta”, escreveu a Secom em um comunicado oficial.
Além disso, a Secretaria também acusou o veículo paulista de não apurar corretamente a notícia, uma vez que “o Ministério não foi procurado pelo jornal, o que impediu a manifestação oficial antes da publicação”, explicou a pasta.
De acordo com a Folha, após Lula descartar mudanças no piso de despesas com educação, a equipe voltou suas atenções para outras medidas de ajuste fiscal. Entre as propostas estaria a tal cobrança de mensalidades para alunos ricos em universidades públicas e alterações no Fundeb.
A cobrança seria direcionada apenas a alunos de classes sociais mais favorecidas, entre os 1,3 milhão de estudantes matriculados na rede federal de ensino superior. Em relação ao Fundeb, uma das propostas seria, de acordo com o jornal, aumentar o percentual da contribuição da União que pode ser contabilizado no piso federal da educação, atualmente limitado a 30%.
Ainda no domingo (7), o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Cara usou as redes sociais para desmentir a publicação da Folha.
“Um colega do alto escalão da equipe econômica do governo afirmou que a matéria da Folha de S. Paulo não corresponde aos fatos: não há perspectiva de cobrança de mensalidade nas universidades federais e tampouco há chance de alteração do Fundeb, que representa a grande vitória da Educação contra o governo Bolsonaro. Excelente!”, explicou.
“É importante agora a equipe econômica desmentir publicamente o jornal. Lula não pode, mais uma vez, pagar esse ônus, como ocorreu com a questão dos pisos de saúde e educação”, solicitou ao governo, o que aconteceu oficialmente só nesta segunda-feira.