Em um encontro realizado nesta terça-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu junto a 11 líderes sul-americanos, a integração da região e reafirmou a importância do legado da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Lula enfatizou que os interesses que unem os países estão acima de divergências ideológicas, em uma clara resposta às críticas de que a reativação do órgão reflete um viés à esquerda na região.
“Não temos tempo a perder. A América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da união, e não é preciso recomeçar do zero. A Unasul é um patrimônio coletivo, lembremos que ela está em vigor, com 7 países sendo membros plenos”.
Inicialmente, o governo brasileiro buscava relançar a Unasul, mas encontrou resistência por parte de alguns países que a consideravam ideológica. Diante dessa resistência, Lula tem adotado um discurso mais conciliador e está considerando alternativas, como a criação de um novo órgão ou um fórum permanente de discussões. O líder brasileiro já havia reduzido as expectativas em relação a anúncios concretos após o encontro desta terça-feira, mostrando-se aberto a buscar soluções que sejam aceitas por todos os países envolvidos.
“É necessário avaliar criticamente o que não funcionou e levar em conta essas lições. Precisamos de mecanismos de coordenação flexíveis, que confiram agilidade e eficácia na execução de iniciativas. A regra do consenso poderia estar restrita a temas substantivos, evitando impasses na esfera administrativa que paralisem nossas atividades”, ponderou.
A reunião entre Lula e os líderes sul-americanos evidenciou a importância de fortalecer os regionais e superar divergências em prol do conjunto de desenvolvimento. O presidente brasileiro enfatizou que a integração é fundamental para enfrentar os desafios comuns, como a recuperação econômica pós-pandemia, a luta contra a desigualdade e a preservação ambiental.
O presidente defendeu a mobilização dos bancos de desenvolvimento nacionais regionais como uma das ações para aprofundar “identidade sul-americana também na área monetária, além da criação de uma unidade de referência comum para desburocratizar a importação e exportação de bens e desenvolvimento de serviços de última geração”, finalizou.