
Lula lamentou o crescimento do ódio e da intolerância entre os brasileiros nos últimos anos. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do governo afirmou que o Brasil precisa reaprender a conviver de forma democrática e civilizada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a elite econômica do Brasil durante discurso realizado nesta terça-feira (15), na fábrica da Nissan, em Resende (RJ). Segundo o chefe do Executivo, é “vergonhoso” para os mais ricos que “um presidente formado no Senai” tenha sido o que mais investiu na expansão do ensino superior e técnico na história do país.
“As pessoas começaram a ganhar um pouco mais. O salário mínimo passou a ser um pouco mais do que a inflação. Porque tem gente que na hora que ele vai pagar o salário mínimo, ele não diz que o salário mínimo é muito alto. Ô, gente, R$ 1.000 não é alto, nem de 1.500. Ao invés de olhar a pessoa como empregada, assalariada, olha ela como consumidor”, pontuou Lula.
Presidente critica aumento do ódio
Ainda em seu discurso, Lula lamentou o crescimento do ódio e da intolerância entre os brasileiros nos últimos anos. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do governo afirmou que o Brasil precisa reaprender a conviver de forma democrática e civilizada.
“Não é possível que esse país que era o país mais querido do mundo, esse país era o país mais alegre do mundo, de repente foi tomado pelo ódio. De repente o pai não quer conversar com o filho, porque o filho Pedro é diferente dele. De repente a mulher quer conversar com o marido porque ele é diferente dela. De repente o pai quer brigar com a filha. Onde é que já se viu uma sociedade como a nossa, amorosa, trabalhadora, alegre, que tem samba, que tem futebol, que tem um monte de coisa, ser tomada pelo ódio, ser tomada pelo desprezo?”, declarou.
“O Brasil só foi ter sua primeira universidade federal em 1920, o Peru teve em 1550. A elite que ocupou esse país a partir de Portugal só imaginava que a gente fosse indígena, negro, trabalhador e cortador de cana. Acho que a elite brasileira deveria ter vergonha. Deveria se olhar no espelho e ter vergonha porque precisou um mecânico sem diploma universitário governar esse país para ser o presidente que mais fez universidades, institutos federais”, disse ele.
O evento contou com a presença dos ministros Camilo Santana (Educação), Márcio Macedo (Secretaria-Geral) e Renan Filho (Transportes), além do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), que foi vaiado pelo público presente.