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Lula: “É vergonhoso para os mais ricos que um presidente formado no Senai”

Lula lamentou o crescimento do ódio e da intolerância entre os brasileiros nos últimos anos. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do governo afirmou que o Brasil precisa reaprender a conviver de forma democrática e civilizada.

Lula: “É vergonhoso para os mais ricos que um presidente formado no Senai”

Lula lamentou o crescimento do ódio e da intolerância entre os brasileiros nos últimos anos. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do governo afirmou que o Brasil precisa reaprender a conviver de forma democrática e civilizada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a elite econômica do Brasil durante discurso realizado nesta terça-feira (15), na fábrica da Nissan, em Resende (RJ). Segundo o chefe do Executivo, é “vergonhoso” para os mais ricos que “um presidente formado no Senai” tenha sido o que mais investiu na expansão do ensino superior e técnico na história do país.

Durante a visita à montadora japonesa, o petista destacou a importância dos investimentos públicos em educação para promover a mobilidade social de pessoas de baixa renda. O presidente afirmou que o acesso ao ensino superior e à educação técnica é fundamental para garantir melhores salários e reduzir a dependência de programas sociais.

“As pessoas começaram a ganhar um pouco mais. O salário mínimo passou a ser um pouco mais do que a inflação. Porque tem gente que na hora que ele vai pagar o salário mínimo, ele não diz que o salário mínimo é muito alto. Ô, gente, R$ 1.000 não é alto, nem de 1.500. Ao invés de olhar a pessoa como empregada, assalariada, olha ela como consumidor”, pontuou Lula.

Presidente critica aumento do ódio 

Ainda em seu discurso, Lula lamentou o crescimento do ódio e da intolerância entre os brasileiros nos últimos anos. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do governo afirmou que o Brasil precisa reaprender a conviver de forma democrática e civilizada.

“Não é possível que esse país que era o país mais querido do mundo, esse país era o país mais alegre do mundo, de repente foi tomado pelo ódio. De repente o pai não quer conversar com o filho, porque o filho Pedro é diferente dele. De repente a mulher quer conversar com o marido porque ele é diferente dela. De repente o pai quer brigar com a filha. Onde é que já se viu uma sociedade como a nossa, amorosa, trabalhadora, alegre, que tem samba, que tem futebol, que tem um monte de coisa, ser tomada pelo ódio, ser tomada pelo desprezo?”, declarou.

As críticas à elite brasileira também marcaram outra fala de Lula nesta semana. Na segunda-feira (14), durante a inauguração de um novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, o presidente afirmou que a elite do país sempre resistiu à democratização do ensino superior.

“O Brasil só foi ter sua primeira universidade federal em 1920, o Peru teve em 1550. A elite que ocupou esse país a partir de Portugal só imaginava que a gente fosse indígena, negro, trabalhador e cortador de cana. Acho que a elite brasileira deveria ter vergonha. Deveria se olhar no espelho e ter vergonha porque precisou um mecânico sem diploma universitário governar esse país para ser o presidente que mais fez universidades, institutos federais”, disse ele.

O evento contou com a presença dos ministros Camilo Santana (Educação), Márcio Macedo (Secretaria-Geral) e Renan Filho (Transportes), além do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), que foi vaiado pelo público presente.