
Lupi entregou o cargo na esteira do desgaste político provocado pela operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), na semana passada, sobre descontos de mensalidades em folha de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por entidades sem a devida autorização.
Carlos Lupi pediu demissão do comando do Ministério da Previdência nesta sexta-feira (2) em meio ao escândalo de descontos indevidos de aposentados do INSS. Diante do fato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta, como novo ministro.
“Entrego, na tarde desta sexta-feira, a função de ministro da Previdência Social ao presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade”, disse Lupi na rede social X. “Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso”.
Lupi entregou o cargo na esteira do desgaste político provocado pela operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), na semana passada, sobre descontos de mensalidades em folha de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por entidades sem a devida autorização.
Embora o nome dele não tenha sido envolvido diretamente no escândalo, prevalecia no governo a avaliação de que o então ministro não tomou as providências necessárias para deter o problema, nem agiu para substituir dirigentes do INSS após a revelação das investigações.
Coube a Lula demitir o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e o tema seguiu gerando problemas à imagem do governo, sendo explorado pela oposição, que pode até mesmo conseguir emplacar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.
Lupi, que assumiu “inteira responsabilidade” pela indicação do então presidente do INSS, admitiu demora da pasta em dar resposta às denúncias de fraude. No entanto, ele negou que tenha sido omisso e chamou a atenção para o fato de a operação da polícia federal (PF) e da CGU ter surgido a partir de investigação interna de seu ministério.
“Toda essa operação deflagrada agora foi iniciada por uma auditoria feita pelo INSS, do governo do presidente Lula, para coibir fraudes e corrupção”, disse Lupi durante audiência em comissão da Câmara dos Deputados na terça-feira.
Na ocasião, ele também aproveitou para destacar que o governo montou, logo no início do terceiro mandato de Lula, uma força-tarefa contra fraudes na Previdência, que levou a 268 casos investigados, 192 mandados de prisão e 701 mandados de busca e apreensão, além da projeção de economia de R$1,1 bilhão aos cofres do INSS.
O Palácio do Planalto informou, em nota oficial, que a nomeação de Queiroz será publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta sexta.