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Moraes nega pedido de Zambelli para suspender julgamento sobre invasão ao CNJ

 Os advogados da parlamentar utilizaram como exemplo o caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que teve dois dos cinco crimes imputados a ele na trama golpista suspensos porque teriam acontecido antes de sua diplomação.

Moraes nega pedido de Zambelli para suspender julgamento sobre invasão ao CNJ

Moraes argumentou que os crimes ocorreram antes da diplomação da bolsonarista para o atual mandato, o que impede qualquer interferência da Casa Legislativa.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta segunda-feira (12) o pedido da defesa da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) para suspender o julgamento que pode resultar em 10 anos de prisão, perda de mandato e inelegibilidade da parlamentar. O caso envolve a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti. Com informações do g1.

O pedido foi apresentado no mesmo dia, alegando que a Câmara dos Deputados ainda deve analisar um requerimento do PL que solicita a paralisação da ação penal contra Zambelli e Delgatti. Os advogados da parlamentar utilizaram como exemplo o caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que teve dois dos cinco crimes imputados a ele na trama golpista suspensos porque teriam acontecido antes de sua diplomação.

No entanto, Moraes argumentou que os crimes ocorreram antes da diplomação da bolsonarista para o atual mandato, o que impede qualquer interferência da Casa Legislativa.

O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF e, até o momento, já conta com quatro votos a favor da condenação da dupla, formando maioria. Os ministros que votaram pela condenação são:

  • Alexandre de Moraes (relator);
  • Flávio Dino;
  • Cristiano Zanin;
  • Cármen Lúcia.

O único voto pendente é do ministro Luiz Fux, que tem até o dia 16 de maio para se manifestar no sistema eletrônico do Supremo.

As penas propostas pelos ministros são:

Carla Zambelli: 10 anos de prisão em regime fechado, perda do mandato parlamentar (a ser confirmada pela Câmara após o trânsito em julgado) e inelegibilidade.

Walter Delgatti: 8 anos e 3 meses de prisão, também em regime fechado. Ele já cumpre prisão preventiva.

Detalhes da acusação

A denúncia do caso aponta que Zambelli orientou Delgatti a invadir o sistema do CNJ para inserir documentos falsos, incluindo um suposto mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República afirmou que a intenção era gerar desconfiança sobre a Justiça e estimular atos contra as instituições democráticas.

Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia afirmou que “materialidade e a autoria dos comportamentos delituosos estão firmemente comprovadas pelos dados constantes dos autos”.

“A atuação vil de uma deputada, que exerce mandato em representação do povo brasileiro, e de um indivíduo com conhecimentos técnicos específicos causou relevantes e duradouros danos à credibilidade das instituições, violando os princípios constitucionais consagrados no Brasil”.