O ex-juiz suspeito e atual senador Sérgio Moro foi às redes sociais para criticar a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que instaurou processo disciplinar contra ele para investigar a “gestão caótica” dos valores oriundos de acordos de delação e leniência firmados durante a operação Lava Jato.
O ex-juiz suspeito atribuiu a investigação do CNJ, que é um órgão vinculado ao Poder Judiciário, ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “No fantástico mundo da Corregedoria do CNJ, recuperar dinheiro roubado dos bandidos e devolver à vítima (Petrobras) é crime. Só mesmo no Governo Lula”, afirmou Moro.
Em reposta, o empresário Tony Garcia apontou a incoerência do ex-juiz suspeito. “Oh @SF_Moro você tem de largar de ser burro. Critique o @CNJ_oficial e não o Lula que nada tem com isso. Você está sendo acusado de ter surrupiado a grana da Lava Jato e quem está no seu encalço é a @policiafederal. Você assistiu o filme “Corra que a Polícia Vem Aí ? TIC TAC TIC TAC!!”, disse Tony Garcia.
A decisão do ministro Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, também abriu processos disciplinares contra a juíza Gabriela Hardt, que atuou como substituta de Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba, e os desembargadores Loraci Flores de Lima, João Pedro Gebran Neto e Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sediado em Porto Alegre. O tribunal é a segunda instância da Lava Jato.
Segundo o CNJ, o processo vai apurar a suposta violação do dever de transparência de Moro e Gabriela em decisões que autorizaram repasse de cerca de R$ 2 bilhões oriundos de acordos à Petrobras, entre 2015 e 2019, sem o “devido processo legal”. A apuração também vai avaliar se Moro atuou na magistratura com “fins partidários”.
Na investigação que trata dos desembargadores, o conselho pretende apurar indícios de “demora na prestação jurisdicional” no julgamento de um recurso da Petrobras contra o repasse de R$ 43 milhões para o fundo penitenciário e ao Tesouro Nacional. Segundo o CNJ, o processo deu entrada no TRF4 em abril de 2022 e ficou parado por 152 dias no gabinete de Gebran Neto e mais 227 em poder de Marcelo Malucelli. Atualmente, o recurso está no gabinete de Loraci Flores, “sem impulso oficial”. (*Com informações da Agência Brasil)