O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) investiga o envolvimento de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), como operador financeiro em mais um esquema de “rachadinhas” – desta vez, no gabinete do irmão dele, o vereador Carlos Bolsonaro.
Esse é um dos pontos de contato entre as duas investigações: fontes ouvidas pela CNN e documentos dos dois casos revelam que há um “padrão” na estruturação do suposto esquema de arrecadação de parte dos salários dos funcionários nomeados pelos dois parlamentares.
Na lista de semelhanças estão a opção pela nomeação de várias pessoas de uma mesma família para exercer cargos comissionados em gabinetes, o uso de dinheiro vivo por aqueles apontados como operadores financeiros e transações imobiliárias frequentes e suspeitas.
Apesar do possível envolvimento apontado pelo MP com o esquema de Carlos Bolsonaro, a Justiça do Rio, dessa vez, não autorizou quebrar os sigilos bancário e fiscal do ex-policial militar. Os dados que constam nessa nova investigação são os mesmos obtidos no processo sobre o gabinete de Flávio Bolsonaro e que foram parte da denúncia feita pelo MP contra o ex-assessor, o senador e outras 15 pessoas por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A tramitação da denúncia está parada por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A recusa da Justiça do Rio em quebrar mais uma vez os sigilos de Queiroz, entretanto, não afasta as suspeitas que recaem sobre ele. Para os promotores há indícios que o ex-PM tenha sido também o “operador financeiro” de parte do esquema que envolve a familiares do ex-marido de Márcia de Oliveira Aguiar. Márcia é a atual mulher de Queiroz. O ex-marido dela esteve nomeado no gabinete de Carlos entre 2008 e 2010 e, depois, foi sucedido pelo sobrinho, que ficou no cargo até 2011.
Os promotores alegam que “já foram identificados indícios suficientes da participação de Queiroz no desvio de recursos oriundos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, mediante devolução dos valores pagos a vários funcionários “fantasmas”, e que por isso é necessário apurar seu possível envolvimento com o mesmo esquema na Câmara.
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