Por Ademir Ramos (*) – O Amazonas está no mapa da fome. Os políticos, cínicos, bradam pelos cantos afirmando que a culpa é do Covid e, mais ainda, transferem a responsabilidade para as famílias porque evitaram de uma forma ou de outra aglomerações, adotando a quarentena domiciliar como regra sanitária.
Com o Sistema Único de Saúde entupido até o tucupi, quando não se morria do Covid, da fome não escapava.
Este cenário de guerra continua. Não foi pior porque reinou entre as famílias o sentimento de solidariedade e compaixão, dividindo entre si o pouco que tinham. Não só as famílias mas, também, as corporações empresariais contribuíram ungidos por valores da responsabilidade social.
Vivemos ainda sob bombas, ameaçados pela pandemia e muitas vezes agredidos pelo mando governamental que pouco caso fez e tem feito para promover a qualidade da saúde e da vida dos brasileiros do Amazonas.
Sem pão, trabalho e renda, os brasileiros tornaram-se reféns de uma prática populista dos políticos da Ribeira do Amazonas e do Planalto que, depois dos repasses governamentais, propagandeados, acham-se no direito de exigir dos desempregados e desalentados o voto na urna para sua eleição ou reeleição.
Com a classe média despossuída e endividada não é diferente. Faz-se necessário que as famílias saibam separar o joio do trigo. O fato é que, aqui e agora, precisamos combater a fome e alimentar nossos apetites e muito mais ainda o espirito para poder votar com clareza e responsabilidade soprando as cinzas para que a brasa da esperança venha aquecer os nossos corações e mentes.
Mais ainda, saibam que enquanto estávamos com “o pires na mão”, eles se julgando poderosos e até arrogantes, faziam-se de cegos, surdos e mudos. Agora não, o quadro mudou. Eles, os políticos famintos, são os que correm atrás da gente cobrando os feitos como se tivessem prestados um grande favor a nossa gente enquanto sabemos que a fome tem preço e pressa. Mas o voto tem valor capaz de transformar e libertar a tod@s do cativeiro da fome com trabalho, pão e alegria por um Amazonas próspero e solidário. Confirme.
(*)É professor e coordenador do Núcleo de Cultura Política da UFAM vinculado ao Departamento de Ciências Sociais ademiramos@hotmail. com