O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD), afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à comissão, “mentiu até mais” que Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, e por isso será chamado a depor novamente no Senado Federal.
“O ministro da Saúde vai ter que voltar aqui, porque mentiu muito, mentiu demais, mentiu até mais do que você”, declarou.
Wajngarten foi chamado a depor na CPI após afirmar que “incompetência” do Ministério da Saúde, liderado então pelo general Eduardo Pazuello, causou atraso na compra de vacinas contra a Covid-19.
Declarações que o ex-chefe da Secom fez à Veja foram negadas aos senadores, mas um áudio desmentiu o depoente. Além disso, houve mentiras sobre campanha publicitária do governo e sobre o afastamento do ex-secretário em março por Covid.
Ao menos três senadores defenderam a prisão de Fabio Wajngarten por mentir em seu depoimento: Renan Calheiros (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania) e Fabio Contarato (Rede).
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (MDB-AM), no entanto, apesar das mentiras, afirmou que não acatará os pedidos de prisão do depoente. “Não vou mandar prender o Wajngarten. Não sou carcereiro de ninguém”, disse o senador. “Não é impondo a prisão de alguém que a CPI vai dar resultado”.
Aziz informou estar encaminhando ao Ministério Público do Distrito Federal o depoimento de Wajngarten para apurar se o ex-secretário cometeu crime de falso testemunho.
“É importante que o Ministério Público averigue se o depoente infringiu o Código Penal, oferecendo a esta Comissão Parlamentar de Inquérito falso testemunho ou falsa perícia’, diz o texto.