O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, deu voz de prisão contra o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, que depõe nesta quarta-feira (7) à comissão.
“Ele vai ser recolhido agora pela polícia. Ele está mentindo desde de manhã. O senhor está detido pela presidência da CPI”, declarou Aziz.
O presidente da CPI também citou áudios de Luiz Paulo Dominghetti, suposto representante da Davati Medical Supply, que desmentem uma versão dada por ele à comissão.
advogada do depoente protestou contra a prisão. “Isso é uma ilegalidade sem tamanho”.
Durante o depoimento, Dias negou as acusações trazidas pelo representante da Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominguetti Pereira à CPI da Covid. Nas palavras de Dias, “Dominguetti é um picareta”.
“Dominguetti é um picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e no Ministério da Saúde. Durante audiência, deu mais uma prova de sua desonestidade, não sendo merecedor de nenhum crédito nesta Casa”, afirmou a senadores.
PRISÃO NA CPI
Omar Aziz dá voz de prisão ao ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias por mentir à CPI, após os áudios do celular de Dominghetti apontarem que o encontro entre os dois não foi acidental. pic.twitter.com/PjX4vO2D9h
— aquiles (@linsaquiles) July 7, 2021
O ex-diretor confirmou o encontro com Dominguetti no restaurante Vasto, no Brasília Shopping. No entanto, negou que teria agendado o jantar previamente com o vendedor. “Fui tomar um chope. Em dado momento, uma pessoa se dirigiu ao coronel Blanco, apresentando-se como Dominguetti”.
Segundo Dias, a proposta apresentada por Dominguetti ao então diretor do Ministério da Saúde “já havia circulado” na pasta federal. “Mas nunca seria sido apresentada a documentação necessária. Durante a conversa, citei o nome do Cristiano e o mesmo [Dominguetti] disse que era parceiro do senhor Cristiano.”
“O senhor sabe que o senhor fez um dossiê para se proteger. Eu estou afirmando, eu não estou achando. Nós sabemos onde está esse dossiê, e com quem está. Não vou citar nomes para que a gente não possa atrapalhar as investigações. O senhor recebeu várias ordens da Casa Civil por e-mail, lhe pedindo para atender. Era ‘gente nossa’, ‘essa pessoa é nossa’. Não foi agora, não”, declarou Aziz, impaciente com algumas respostas de Dias.
Dias não confirmou, nem negou a existência do dossiê. A coluna Radar, da Veja, publicou que os documentos estariam guardados na Europa.