
André Mendonça não comentou o caso e o governador Cláudio Castro, que nega qualquer irregularidade, também não respondeu aos questionamentos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aguarda há seis meses que o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), analise um recurso contra a suspensão de duas investigações envolvendo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). O chefe do Executivo fluminense é suspeito de corrupção em contratos de assistência social. Enquanto a decisão não é tomada, os inquéritos permanecem paralisados.
Em outubro do ano passado, Mendonça trancou as apurações que tramitavam no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro competente para julgar governadores. A defesa de Castro alegou irregularidades processuais, apontando que delações premiadas teriam invadido a competência da Justiça Eleitoral. O STF foi acionado e, desde então, a análise do recurso aguarda despacho.
Procurados, o ministro André Mendonça não comentou o caso, e o governador Cláudio Castro, que nega qualquer irregularidade, também não respondeu aos questionamentos. Internamente, a PGR defende a retomada das investigações e pede que o STF permita o prosseguimento dos inquéritos ou, alternativamente, envie o caso para julgamento na Segunda Turma da Corte.
As investigações atingiram um ponto crítico antes da suspensão. A Polícia Federal indiciou Castro por corrupção passiva e peculato, além de solicitar seu afastamento do cargo. Segundo a PF, o governador teria recebido propina de R$ 326 mil e US$ 20 mil entre 2017 e 2019, quando ainda ocupava cargos de vereador e vice-governador do Rio.
As investigações estavam em estágio avançado na PGR quando o ministro André Mendonça decidiu suspender os procedimentos, de acordo com o Estadão.