O mercado financeiro acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem grandes chances de ser preso, mas ainda o prefere ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma possível disputa eleitoral em 2026, conforme dados da Quaest.
De acordo com uma pesquisa realizada com gestores, economistas, traders e analistas das principais empresas de administração de ativos do país, 55% dos entrevistados acreditam que o ex-capitão será preso. A pesquisa envolveu profissionais dos centros financeiros de São Paulo e Rio de Janeiro.
Essa é a primeira vez que a maioria dos integrantes do mercado passa a considerar a prisão de Bolsonaro uma possibilidade real. O ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Embora ainda não seja réu, ele corre o risco de ser detido caso a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pode julgá-lo por crimes relacionados à trama.
A pesquisa também revelou que a preferência do mercado é ainda maior pelos governadores de São Paulo e Goiás, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União). Ambos obtiveram apoio significativo no levantamento, com 93% e 91%, respectivamente, dos entrevistados dizendo que votariam neles contra Lula.
Mesmo assim, 70% dos profissionais consultados acreditam que Lula será candidato à reeleição em 2026, embora não conte com o apoio do segmento financeiro. Esse percentual era de 86% na pesquisa anterior, realizada em março, indicando uma leve redução no consenso sobre a candidatura de Lula.
Entre os motivos para a rejeição ao atual governo, 86% apontaram que o foco principal da gestão é a popularidade de Lula, enquanto 88% acreditam que a economia deve piorar em 2025. Além disso, 96% consideram que a política econômica do país está indo na direção errada, reforçando a insatisfação do mercado com as medidas do governo.
A pesquisa da Quaest foi realizada entre 29 de novembro e 3 de dezembro, com 105 entrevistas virtuais feitas com representantes de fundos de investimento.