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Queiroga mente em cadeia nacional ao dizer que Bolsonaro apostou na promoção do acesso às vacinas

Em pronunciamento, ministro da Saúde omitiu o fato de que governo ignorou propostas da Pfizer e as denúncias de corrupção que envolvem a aquisição de imunizantes contra a Covid

Queiroga mente em cadeia nacional ao dizer que Bolsonaro apostou na promoção do acesso às vacinas

O ministro ainda mentiu ao falar que Bolsonaro encampou “aposta exitosa na promoção do acesso de todos os brasileiros à vacina contra a Covid-19”.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, resolveu fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite desta quarta-feira (28), para falar sobre o combate à pandemia no Brasil.

Em seu discurso, Queiroga procurou pintar um Brasil inexistente. Disse, por exemplo, que o Ministério da Saúde, por determinação de Jair Bolsonaro, “promoveu estratégia diversificada de acesso às vacinas”.

Conforme vem sendo apontado pela CPI do Genocídio no Senado, a verdade é que o presidente, durante toda a crise sanitária, não só tentou desincentivar a vacinação, colocando em xeque a segurança dos imunizantes e propagandeando medicamentos sem eficácia, como também ignorou dezenas de propostas da Pfizer para a aquisição de doses.

O ministro ainda mentiu ao falar que Bolsonaro encampou “aposta exitosa na promoção do acesso de todos os brasileiros à vacina contra a Covid-19”. Além disso, omitiu as denúncias, que vêm sendo apuradas pela CPI, de que o ministério tratou da aquisição de vacinas com intermediários e não com as próprias fabricantes a um preço acima do valor de mercado – o que gerou suspeitas de corrupção.

Em outro ponto do discurso, Queiroga afirmou que “podemos nos orgulhar do sucesso da nossa campanha de vacinação. Cem milhões de brasileiros tomaram ao menos uma dose. […] Com mais de 63% da população adulta vacinada com a primeira dose, registramos uma queda expressiva de 40% no número de casos e óbitos em apenas um mês”.

Dados consórcio dos veículos de imprensa que monitora os números da Covid no Brasil, no entanto, apontam para outro patamar: até a noite desta quarta-feira (28), a primeira dose da vacina foi aplicada em 98.202.468 pessoas, o equivalente a 46,38% da população – 17% a menos que a porcentagem citada pelo ministro.

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