Por Ademir Ramos (*) – A nossa jovem democracia é uma joia a ser lapidada. Seus artífices são agentes das estruturas do poder constituído assentados na vontade popular.
O governo Bolsonaro originou-se desta vontade manifesta pela maioria. Seus atos devem se pautar não pelo medo e nem tampouco pela força das armas, mas, sobretudo, pelo cumprimento da Constituição.
Seus vícios e caprichos devem ser punidos nos termos da lei. Contudo, é necessário que de imediato sirva-nos de ensinamentos para que saibamos lapidar esta joia de forma que ela, a democracia seja bela na sua totalidade, refletindo em seus raios o sol da liberdade, o imperativo do direito na consecução da justiça distributiva a combater a perversa desigualdade social.
O realismo do governo Bolsonaro mostra-nos o quanto o sistema como um todo ainda é frágil a merecer atenção, cuidado e zelo quanto às garantias constitucionais.
De qualquer modo além da polícia de estado atuar nos delitos e delírios para combater o ímpeto dos bolsonaristas, faz-se necessário que a soberana vontade popular através de suas representações estruturantes faça valer a sua opção democrática, votando com clareza e responsabilidade em candidatos que não comungam com qualquer trama que ponha em risco a ordem constituída, provocando golpes ou rupturas institucionais.
Por esta razão a escolha para o Senado e Câmara Federal terão uma grandeza singular nestas eleições, são eles que devem manter o equilíbrio e controle quanto ao mandonismo patrimonial advindo do Executivo, não se deixando pautar pelo capricho da presidência seja de que partido for.
De qualquer modo a Reforma Política deverá estar em pauta para se definir mecanismo de controle e avaliação popular como medida cautelar para o futuro, rechaçando de imediato o que vivenciamos no presente de modo tenebroso e assustador no processo civilizatório.
(*)É professor e coordenador do NCPAM da UFAM vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais. ademiramos@hotmial.com