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Saiba por quê o senador Jefferson Péres deve ser lembrado

Em atenção à memória e respeito do Senador Jefferson Péres, o PDT do Amazonas, fará uma sessão solene na quinta-feira, dia 17 de março de 2022, às 15 horas, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas

Saiba por quê o senador Jefferson Péres deve ser lembrado

Em seu último pronunciamento no Senado Federal, no dia 30 de agosto de 2006, o líder do PDT desalentado com a vida pública afetado diretamente pelo Mensalão

*Por Ademir Ramos – Na quinta-feira (17) às 15 horas no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado, o Amazonas fará homenagem ao Senador Jefferson Péres, ato de autoria do Deputado Adjuto Afonso, líder do PDT na Casa.

Em atenção à memória e respeito do Senador Jefferson Péres, o PDT do Amazonas, fará uma sessão solene na quinta-feira, dia 17 de março de 2022, às 15 horas, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, com a participação de amigos, familiares, políticos responsáveis e correligionários, lembrando o patrimônio ético, moral e político que ele deixou no Congresso Nacional contra a corrupção e a imoralidade que assola a política local e nacional.

Se vivo fosse, no dia 19 de março, o Senador Jefferson Péres faria 90 anos. Mas, no dia 23 de maio de 2008, o líder do PDT no Senador Federal veio a óbito subitamente.

Em seu último pronunciamento no Senado Federal, no dia 30 de agosto de 2006, o líder do PDT desalentado com a vida pública afetado diretamente pelo Mensalão, aqui definido pelo escândalo de compra de votos que ameaçou derrubar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2005.

INCONFORMADO E INDIGNADO: O Senador do Amazonas perguntava a si mesmo: “Como se ter animação em um País como este com um Presidente (Lula) que, até poucos meses atrás, era sabidamente – como o é – um Presidente conivente com um dos piores escândalos de corrupção que já aconteceu no Brasil, e este Presidente está marchando para ser eleito, talvez, em primeiro turno? É desinformação da população? Não, não é. Se fizermos uma enquete em qualquer lugar deste País, todos concordarão, ou a grande maioria, que o Presidente sabia de tudo. Então, votam nele sabendo que ele sabia”. A crise ética, segundo Jefferson Péres, “não é só da classe política, não, parece que ela atinge grande parte da sociedade brasileira (…). Curvo-me à vontade popular, mas inconformado”.

IGUAIS OU PIORES: Insatisfeito com a classe político e as elites dominantes, o Senador Péres é categórico em afirmar que: “Um País que tem um Congresso deste, que tem uma classe política dessa, que tem um povo (…), dizem que político não deve falar mal do povo. Eu falo, eu falo. Parte da população compactua com isso. É lamentável! E que sabe. Não é por desinformação, não. E que não é só o povão, não. É parte da elite, inclusive intelectual. Compactuam com isso é porque são iguais, se não piores. Vou continuar nessa vida pública? Para que (…)?

PODEM CHAMAR ATÉ O BEIRA-MAR PARA PRESIDENTE: “Para mim, chega! Vou continuar pelejando pelos jornais e por todos os meios possíveis, mas, como ator na vida política e na vida pública deste País, depois de 2010, não quero mais! Elejam quem vocês quiserem! Podem chamar até o Fernandinho Beira-Mar e fazê-lo Presidente da República – ele não vai com o meu voto, mas, se quiserem, façam-no. O meu desalento é profundo. Deixo isso registrado nos Anais do Senado Federal. Infelizmente, eu gostaria de estar fazendo outro tipo de pronunciamento, mas falo o que penso, perdendo ou não votos – pouco me importa. Aliás, eu não quero mais votos mesmo, pois estou encerrando a minha vida pública daqui a quatro anos, profundamente desencantado com ela”.

*Por Ademir Ramos  é antropólogo e professor da Ufam