
Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas foi colega do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Apontado como líder de um grupo de extermínio de autoridades, autodenominado “Comando C4” —, sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos, o coronel reformado Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas foi colega do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). As informações são da CNN.
Alvo da operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (28), o militar, que passou para a reserva em 2002, também é investigado no inquérito dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro por incitar o enfrentamento das Forças Armadas contra os Poderes.
O coronel passou a ser investigado no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) após criar, em janeiro de 2023 — poucos dias após os ataques às sedes dos Três Poderes —, um perfil nas redes sociais chamado Frente Ampla Patriótica.
Caçadini, segundo a investigação, publicava vídeos em que buscava organizar grupos de direita e incitar integrantes das Forças Armadas contra os Poderes constituídos.
A defesa do coronel tentou manter o caso na Justiça Militar, que abriu mão da competência para o Supremo Tribunal Federal, porque a análise das provas produzidas indica patente conotação político-ideológica e, portanto, relação com o inquérito do 8 de janeiro.
O coronel, porém, acabou sendo preso em janeiro de 2024, acusado de ser o financiador do assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, em Mato Grosso. Ele está detido no quartel do 44º Batalhão de Infantaria na capital matogrossense.
A morte do advogado deflagrou a investigação sobre a venda de sentença nos tribunais do Mato Grosso e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foi a partir disso que a polícia chegou ao grupo que se autodenominava “Comando C4”.
Segundo a investigação, o grupo C4 mantinha uma tabela com os preços cobrados para monitorar e assassinar autoridades. Os valores chegavam a R$ 250 mil. Se a vítima fosse um senador, o serviço custava R$ 150 mil; no caso de deputados, R$ 100 mil.
As ações da PF são um desdobramento de um inquérito que tramita sob sigilo e que apura também a venda de sentenças judiciais envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).