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Tarcísio de Freitas esteve no Alvorada no dia em que Bolsonaro discutiu minuta golpista, aponta PF

Tarcísio negou que ele tenha participado da reunião e alega que o governador fez apenas uma visita a Bolsonaro após a eleição.

Tarcísio de Freitas esteve no Alvorada no dia em que Bolsonaro discutiu minuta golpista, aponta PF

Segundo registros obtidos pela Polícia Federal e incluídos no relatório final do inquérito, ele chegou no Alvorada às 17h19 e saiu às 19h17.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) esteve no Palácio da Alvorada em 19 de novembro de 2022, mesma data em que o então presidente Jair Bolsonaro e seu assessor Filipe Martins discutiram a minuta golpista. Na ocasião, o bolsonarista havia acabado de ser eleito governador de São Paulo.

À coluna de Thais Bilenky no UOL, a assessoria de Tarcísio negou que ele tenha participado da reunião e alega que o governador fez apenas uma visita a Bolsonaro após a eleição. Segundo registros obtidos pela Polícia Federal e incluídos no relatório final do inquérito, ele chegou no Alvorada às 17h19 e saiu às 19h17.

A equipe de Tarcísio não esclareceu a pauta do encontro com Bolsonaro. Ele também não publicou nenhuma foto em suas redes sociais na data, ao contrário do que fez semanas depois, em 11 de dezembro, quando postou uma imagem ao lado do então presidente agradecendo pelo apoio.

“A contextualização das informações prestadas pelo colaborador Mauro Cid com os dados obtidos pela investigação comprovou que o dia 19 de novembro de 2022 foi uma das datas em que ocorreu os encontros entre Filipe Martins e o então presidente Jair Bolsonaro para tratarem da minuto do golpe de Estado”, aponta a PF no relatório final entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, passou o dia 19 inteiro no Alvorada. Segundo registros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) obtidos pela Polícia Federal, ele entrou no palácio às 8h36 e saiu às 20h06.

Tarcísio atuou de 2005 a 2006 sob o comando do general Heleno no Haiti. Era chefe da seção técnica da Companhia Brasileira de chamada Engenharia de Força de Paz.

Na madrugada de 6 de julho de 2005, tropas da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), comandadas pelo Exército Brasileiro, fizeram uma operação de “pacificação” na maior favela da capital haitiana, Porto Príncipe, conhecida como Cité Soleil.

Segundo testemunhas, cerca de 300 homens fortemente armados invadiram o bairro e assassinaram 63 pessoas, deixando outras 30 feridas.