Michel Temer afirmou nessa segunda-feira (28) ser contra evitar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva volte ao poder. “Se for se basear na pesquisa atual, tudo indica que boa parte dos votos irão para o Lula, não é? Eu não teria nenhuma objeção… Se o povo decidir que é o Lula, tá decidido e morreu o assunto”, disse no programa Roda Viva. Pesquisa Datafolha, divulgada este mês, apontou o petista com 44% das intenções de voto. A tendência é de vitória no primeiro turno. Em segundo lugar ficou Bolsonaro (26%).
Na entrevista, Temer desmentiu a versão de Jair Bolsonaro de que teria recebido uma ligação do emedebista. “Senti um clima muito negativo no país. Evidentemente, em face a provocação do presidente, eu não poderia me omitir. Vi, naquele momento, uma oportunidade de ‘distensionar’ as questões todas. Eu não me arrependo minimamente do que fiz. Nem estava no meu projeto. Não pensei (em ‘salvar’ Bolsonaro de impeachment). Eu pensei em distensionar o país”, complementou.
O ex-presidente aproveitou para tentar blindar de críticas o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que ainda não abriu algum processo de impeachment de Bolsonaro. “O presidente da Câmara tem a competência integral para deflagrar ou não o processo de impedimento. Mas quem decreta o impeachment não é o Congresso Nacional, ele é influenciado pelo movimento de rua”.
Bolsonaro foi alvo de mais de 120 processos de impeachment por crimes de responsabilidade como estímulo a um golpe, recomendações contrária à ciência na pandemia e tentativa de interferência na Polícia Federal.