O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a criticar ordens judiciais expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que “vai chegar uma hora” em que “elas não serão mais cumpridas”. A declaração ocorreu durante participação no programa “Agora com Lacombe”, apresentado pelo jornalista Luís Ernesto Lacombe, que é bolsonarista, na RedeTV!.
Prendem por fake news. Prendem por atos antidemocráticos. O que é um ato antidemocrático? Prendem por milícia virtual. Vai chegar uma hora em que essas ordens da mais alta Corte do judiciário nacional não vão ser cumpridas, infelizmente. Se continuar desse jeito…
Eduardo Bolsonaro sobre o STF
Em outubro de 2018, o parlamentar chegou a dizer que bastaria mandar “um soldado e um cabo” para fechar o STF. Depois, justificou-se dizendo que a fala foi em “tom jocoso”.
O presidente está no centro de uma crise com o STF — em especial com os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, contra os quais anunciou que apresentará pedidos de impeachment ao Senado.
Moraes foi o ministro do STF responsável pela determinação da prisão preventiva de Roberto Jefferson, hoje um dos principais aliados políticos de Bolsonaro. Já Barroso, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é visto pelo presidente como o responsável por impedir a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que instituiria o voto impresso para urnas eletrônicas. Bolsonaro, por outro lado, disse estar tendo “um bom retorno” do Congresso Nacional.
“Ele [Jair Bolsonaro] tenta sempre agir dentro das quatro linhas da Constituição. Mas, ao que parece, não tem mais corda para você esticar. Qual seria o próximo passo? Prender o presidente? Prender um dos filhos? A gente não tem medo de prisão. Agora, fazer isso, sem ter motivo?!”
Sobre ataques às urnas eletrônicas, o filho do presidente voltou a defender o voto auditável (mesmo com a derrota da proposta em votação na Câmara dos Deputados).
Nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras desde a adoção das urnas eletrônicas, ao contrário do que diz Eduardo e seu pai Jair Bolsonaro.