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Wilson Lima reage a discurso de Romeu Zema, defendido por Eduardo Leite

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) classificou como "inadmissível, preconceituosa e atrasada" a fala do governador Romeu Zema (Novo), que defendeu, em entrevista ao Estadão, uma união do Sudeste e Sul contra os estados do Nordeste.

Wilson Lima reage a discurso de Romeu Zema, defendido por Eduardo Leite

O governador defendeu o equilíbrio e disse que é muito perigoso estabelecer um cabo de guerra entre as regiões e colocar uma população contra a outra".

O governador Wilson Lima (União) criticou neste domingo, 06, as declarações de caráter “separatista” do governador de Minas Gerais, Romeu Zome, que defende uma frente Sul-Sudeste contra os estados do Norte e do Nordeste do país.

Segundo o governador, as declarações de Zena foram “muito ruim porque, conforme lembrou, a pobreza do país se concentra no Norte e no Nordeste”. Zena defende

Wilson Lima criticou disse que a criação de uma espécie de frente Sul-Sudeste contra o Norte-Nordeste é preconceituosa e disse já passou da hora do Brasil enxergar o Norte e o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais.

O governador defendeu o equilíbrio e disse que é muito perigoso estabelecer um cabo de guerra entre as regiões e colocar uma população contra a outra”.

Os governadores da Paraíba, João Azevêdo (PSB), e do Piauí, Rafael Fonteles (PT), também, criticaram Romeu Zema (Novo) após o governador de Minas Gerais defender a criação de uma espécie de frente Sul-Sudeste contra o Norte-Nordeste.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo (PSB), afirmou que foi “infeliz” nas declarações. “É um grande equívoco quando se estimula uma divisão no País, que já foi dividido pelo processo eleitoral. Estamos em um processo de reconstrução e aí vem alguém e faz uma declaração dessa”, complementou.

De acordo com o governador do Piauí, Rafael Fonteles, “no momento em que o nosso país mais precisa de união, o governador Zema, de Minas Gerais, em sua entrevista ao Estadão, revela-se o maior inimigo da federação brasileira”. “Quem apostar contra a união do povo brasileiro vai perder”, acrescentou.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defendeu Zema. “Nunca achamos que os Estados do Norte e Nordeste haviam se unido contra os demais Estados. Ao contrário: a união deles em torno de pautas de seus interesses serviu de inspiração para que, finalmente, possamos fazer o mesmo, nos unirmos em torno do que é pauta comum e importante aos estados do Sul e Sudeste”.

Nomes como a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), o senador Otto Alencar (PSD-BA) e outros parlamentares também fizeram críticas ao posicionamento de Zema, que gerou repúdio de internautas.

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) classificou como “inadmissível, preconceituosa e atrasada” a fala do governador Romeu Zema (Novo), que defendeu, em entrevista ao Estadão, uma união do Sudeste e Sul contra os estados do Nordeste.

Em publicação feita pelo Twitter neste domingo (6), Gleisi, eleita pelo Paraná, afirmou que o povo tem orgulho do Nordeste e que a união deveria ser por um Brasil livre de discriminação: “só mesmo o bolsonarista Zema pra propor união sul sudeste contra os nordeste. Preconceituoso e atrasado. Eu sou do sul e essa fala é inadmissível, temos orgulho no nordeste, do povo nordestino. Queremos a união do povo brasileiro por um país justo, solidário, livre de discriminação”.

Além de Gleisi, outros políticos também repudiaram a fala do governador mineiro desde ontem. É o caso dos deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), Lindbergh Farias (PT-RJ), Guilherme Boulos (PSOL-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Natália Bonavides (PT-RN), Bohn Gass (PT-RS) e Ivan Valente (PSOL), entre outros.

Ao justificar sua proposta, o governador de Minas defendeu a atuação do Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), atualmente presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Na avaliação de Romeu Zema, o Cossud precisa conquistar o “protagonismo político”.

“Temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País. Não é pouco, nê? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos, nós queremos – que é o que nunca tivemos – o protagonismo político”.