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Bolsonaro mandou trocar no Enem a expressão histórica “golpe de 64” pela denominação militar “revolução”

Nesta semana, Bolsonaro sinalizou interferência política ao ter dito, em viagem no exterior, que o Enem ficaria "com a cara de governo".

Bolsonaro mandou trocar no Enem a expressão histórica "golpe de 64" pela denominação militar "revolução"

Bolsonaro é defensor da ditadura e já fez elogios a ex-torturadores, como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015). 

Jair Bolsonaro (sem partido) tenta impor a versão militar e da extrema direita sobre o golpe de 1964 na elaboração do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele mandou o ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, trocar “golpe” por “revolução” nas provas.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, membros do governo informaram que a determinação de Bolsonaro aconteceu no primeiro semestre. Ribeiro teria repassado o pedido a equipes do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelas provas.

Nesta semana, Bolsonaro sinalizou interferência política ao ter dito, em viagem no exterior, que o Enem ficaria “com a cara de governo“.

Segundo a Folha, desde 2019, primeiro ano do governo, nenhuma questão sobre a Ditadura Militar (1964-1985) caiu no Enem.

Bolsonaro é defensor da ditadura e já fez elogios a ex-torturadores, como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015).

Além da mudança de interpretação sobre o golpe de 64, o governo Bolsonaro tentou, por meio do Ministério da Educação (MEC), incluir professores de extrema direita na elaboração do Enem deste ano. Esses docentes não haviam sido aprovados em processo seletivo para colaboradores da prova.