O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Luis Carlos Gomes Mattos, disse que a divulgação de áudios que comprovam a prática de torturas feitas por agentes da ditadura militar no Brasil é “tendenciosa” e afirmou que a Corte não tem “resposta nenhuma para dar” sobre o assunto.
“A gente já sabe os motivos, do por que isso vem acontecendo nesses últimos dias, seguidamente, por várias direções, querendo atingir as Forças armadas o Exército, a Marinha, a Aeronáutica, nós que somos quem cuida da disciplina, da hierarquia. Não temos resposta nenhuma pra dar, simplesmente ignoramos uma notícia tendenciosa daquela, que nós sabemos o motivo”, disse Mattos, de acordo com o jornal O Globo
O ministro disse, ainda, que a divulgação do material, gravado durante as sessões do STM entre 1975 e 1985, “não estragou a Páscoa de ninguém”. “Garanto que não estragou a Páscoa de ninguém. A minha não estragou. A gente fica incomodado com quem vira e mexe que não tem nada para buscar hoje e vão rebuscar o passado. E é sempre assim”, afirmou.
A ministra do STM Maria Elizabeth Rocha, porém, considerou os áudios como “dolorosos” e que os mesmos devem servir de alerta para que tais práticas não se repitam”. Maria Elizabeth é uma das cinco civis entre os 15 ministros que integram a Corte Militar.
Falo e repito: a Justiça Militar não deveria existir, e é uma excrescência autoritária ainda termos que aturar discursos de presidentes de cortes militares falando como militares da ativa e fardados, que são. pic.twitter.com/NOjEYgD08G
— Thiago Amparo (@thiamparo) April 19, 2022