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Governo acelera repasses do orçamento secreto para barrar a CPI do MEC

Só nos dois dias após a prisão de Milton Ribeiro foram R$ 3,3 bilhões empenhados, o que corresponde a 20% do previsto para o ano inteiro

Governo acelera repasses do orçamento secreto para barrar a CPI do MEC

No Senado, o governo escalou o ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre (União-AP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, para impedir que mais senadores apoiem o pedido da oposição. 

O governo de Jair Bolsonaro (PL) está liberando dinheiro do orçamento secreto para garantir apoio parlamentar contra a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação e uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que a CPI seja criada no Senado.

De acordo com informações publicadas nesta terça-feira (28) pelo jornal O Estado de S.Paulo, o governo liberou em 2022 o pagamento de R$ 5,8 bilhões em dinheiro do orçamento secreto, 35% do total de R$ 16,5 bilhões. Só nos dois dias após a prisão de Milton Ribeiro, que aconteceu no dia 22, foram R$ 3,3 bilhões empenhados, o que corresponde a 20% do previsto para o ano inteiro.

A oposição ao governo no Congresso protocolou nesta terça-feira (28) o pedido de instalação da CPI. O requerimento conta com 31 assinaturas, quatro a mais do que o mínimo exigido, de 27. As assinaturas podem ser retiradas até o dia em que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidir fazer a leitura do documento em plenário.

No Senado, o governo escalou o ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre (União-AP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, para impedir que mais senadores apoiem o pedido da oposição.

A bancada governista também apresentou um requerimento pedindo que o presidente do Senado dê preferência a outras CPIs e não instaure a do MEC. “Já comecei a cobrar respeito ao regimento”, disse o senador Plínio Valério (PSDB-AM), autor do requerimento que pede a instalação da CPI da Amazônia. “A CPI das ONGs tem preferência. Já foi atropelada uma vez pela CPI da Covid. Mesmo que o Supremo se meta indevidamente outra vez, vai ser difícil não instalar outras CPIs, e isso pode, sim, neutralizar”, afirmou