No vídeo, chama a atenção que a deputada pede o tempo todo para parar de gravar, o que numa situação de agressão, como ela argumenta, é no mínimo estranho.
Ela e um homem discutem sobre as eleições. Ele defende o ex-presidente Lula (PT), e diz que “amanhã é Lula, irmão”, se dirigindo a uma dos apoiadores de Zambelli.
A deputado toca diversas vezes no homem e diz para ele repetir o que disse. O homem parece estar discutindo com um apoiador dela, e não necessariamente com ela.
Na sequência o homem diz: “Vocês vão voltar para o bueiro de onde nunca deveriam ter saído, seus filhos da p**ta”.
Nas imagens, o homem continua a discutir com o apoiador da Zambelli, e não com ela. “Fala comigo”, diz a deputada, tentando fazer com que o homem discuta com ela.
O homem repete: “Amanhã é Lula, seus filhos da p**ta!”. Zambelli interpela: “Vocês estão xingando uma mulher”, e repete a ordem que deu anteriormente: “para de gravar”.
Ela diz que além de xingar, o homem cuspiu nela. Mas no vídeo, ela diz: “você está me cuspindo (sic)”. Aparentemente, não foi uma cusparada, mas resultado da proximidade que a parlamentar estava do homem enquanto ele falava.
Zambelli defende que foi empurrada, o que a fez pegar a arma. No entanto, as imagens não mostram o suposto empurrão do homem que ela diz ser o agressor. Enquanto o homem anda, aparentemente se afastando do grupo bolsonarista, Zambeli e seus apoiadores seguem o homem, então ela tropeça sozinha na calçada e um de seus apoiadores, que estava atrás dela, recai sobre suas costas e a leva ao chão.
Em seu Instagram, Zambelli afirmou ter sido empurrada por um “homem negro”, o que fez com que ela machucasse o joelho. A deputada disse também que foi xingada pelo homem. “Eles usaram um negro para vir para cima de mim”, disse.
Ao levantar, sai correndo atrás do homem com seus apoiadores e um de seus seguranças saca a arma e aponta para o homem.
O segurança de Zambelli chega a dar um tiro para o alto durante a perseguição pelas ruas de São Paulo. A deputada também corre atrás do homem com uma arma na mão e o acua dentro de um bar.
Testemunhas ouvidas pela TV Globo relatam que houve quando a deputada federal apareceu no restaurante empunhando uma arma, desmontando a tese de legítima defesa.
“A gente estava aqui sentado conversando, quando vimos um princípio de tumulto, a uns 100 metros daqui. E aí nesse princípio de tumulto, ouvimos dois disparos. Todo mundo se assustou. Teve gente que correu. A gente correu para dentro do bar. Nisso que a gente correu para dentro do bar, algum deles falou ‘corre para fora’. Uma turma correu para fora, só que eu fiquei entre duas mesas. Foi a hora que o rapaz entrou correndo dela.”
logo depois. Nisso que ela entra logo depois, eu já levanto as mãos, porque fiquei entre duas mesas, e aí eu levanto as mãos e aí ela entra xingando, e o rapaz falando ‘eu não quero morrer, não quero morrer, para de apontar arma para mim’. Aí ela vira arma para a minha cara, depois volta para ele. E eu só com mão para cima. Um cara de azul me tira do meio da confusão. Saí meio assustado e a perna está tremendo ainda”, diz João Guilherme Desenz, vice-presidente estadual da Juventude Socialista do PDT.
O advogado Victor Marques também relatou o que viu. “Ela veio com a arma apontada no meio da rua. chegou com arma apontada correndo no meio da rua e a todo momento apontada. Em nenhum momento abaixa a arma e ela o faz pedir desculpas. Só ia liberar se pedisse desculpas”.
As testemunhas ainda relataram o que a deputada falava para o rapaz dentro do bar. “Pro chão, pro chão, pro chão. A todo momento determinando que fosse para o chão”, diz Victor.
“Deita no chão, deita no chão. Você me xingou, você me xingou. Vai pro chão”, acrescenta João Guilherme.