Ademir Ramos (*) – Que as luzes do Natal sejam vívidas nas celebrações do Reivellon com alegria e sonho de pobres e ricos, santos e pecadores
As convenções foram criadas para legitimar determinados momentos de nossa tradição no curso da história. Não deixa de ser uma arrogância desmedida demarcar o tempo para melhor controlar e dominar com racionalidade seus feitos.
O controle do tempo deixa de ser um fato cultural para se transformar num instrumento de exploração relativo à produção e o mercado nas suas diversas frentes.
Os festejos Natalinas não são diferentes mesmo sendo amparados pela doutrina cristã ornados com magníficas celebrações litúrgicas evocando o nascimento do Menino Jesus.
Mas, pela lógica do comercio tudo vira mercadoria nesse mundo secular. Contudo, o poder da fé centrado na convicção dos princípios faz com que o devoto se concentre no Ato em si reinventando a tradição numa perspectiva solidaria familiar religando-se com os seus sob a luminária celestial do Deus que se fez homem nascendo na manjedoura para semear amor, justiça e paz aqui e agora orientado pela prática da partilha, comunhão, gratuidade e perdão focado na salvação do povo de Deus como agente de transformação motivado por suas escolhas responsáveis.
Que as luzes do Natal sejam vívidas nas celebrações do Réveillon com expressão de alegria e sonho de pobres e ricos, santos e pecadores a projetar esperança capaz de unificar as forças do bem ungidas pela Justiça social combatendo a desigualdade e a exclusão social denunciando a perversa concentração de riqueza que assola o Brasil razão da nossa precária políticas públicas e da miséria social.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM do Departament. de Ciências Sociais da UFAM.