O Ibovespa renovou a pontuação máxima do ano e segue invicto em junho, fechando com valorização em todos os pregões do mês até agora. Nesta sexta-feira (9) pós-feriado, de volume de negócios reduzido, o índice de referência da Bolsa brasileira fechou acima dos 117 mil pontos, o que não acontecia desde novembro do ano passado. O dólar, por sua vez, teve o menor preço de fechamento em 2023.
De acordo com os analistas, o momento de bull market da Bolsa brasileira é explicado por fatores internos e internacionais. “Sob o ponto de vista interno, temos visto a economia começar a melhorar, o arcabouço fiscal com cláusulas que colocam rédeas nos governos sobre gastos públicos e a inflação desacelerando muito forte”, aponta Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora de Câmbio.
Mas com o noticiário político fraco nesta sexta-feira e a agenda de indicadores econômicos vazia, os investidores se pautaram pelo exterior. Aumentam as expectativas de que o Banco Central dos Estados Unidos interrompa o ciclo de aperto monetário na reunião da próxima semana, aumentando assim a diferença do prêmio que o Brasil paga aos investidores.
“Ainda que o Banco Central comece de fato o ciclo de queda da Selic, continuamos enxergando uma taxa de juros real muito mais alta que a dos Estados Unidos, aumentando o potencial de entrada de capital estrangeiro”, diz Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.
Outro impulso para a Bolsa brasileira na sessão de hoje veio da China, depois que seis bancos estatais reduziram o custo de empréstimos. O movimento indica que o Banco do Povo Chinês poderá reduzir juros em breve para estimular a economia do país, que vem dando mais sinais de desaceleração. A perspectiva é positiva para preços de commodities e favorece as empresas de maior peso da Bolsa, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4).
O Ibovespa terminou a sessão em alta de 1,33%, aos 117.019 pontos. O giro financeiro do dia foi de R$ 29,9 bilhões, abaixo da média diária, já que muitos investidores emendaram o feriado. Na semana, com um pregão a menos, o índice acumulou alta de 3,96%.
O dólar comercial, por sua vez, fechou em baixa de 0,97% a R$ 4,876 na compra e na venda. Foi a menor cotação da moeda americana este ano e desde o início de junho de 2022. Na semana, o dólar comercial acumulou queda de 1,55%.
“Eu vejo que o preço de equilíbrio do dólar pode chegar a R$ 4,85, R$ 4,84, tendo condições macroeconômicas favoráveis, o que de fato está acontecendo”, afirma Velloni.
Em Nova York, as bolsas fecharam com leve alta, à espera da decisão do Fed e dados de inflação previstos para a próxima semana.
O Dow Jones subiu 0,13%, aos 33.877 pontos; o S&P 500 subiu 0,12%, aos 4.298 pontos; e a Nasdaq fechou com alta de 0,16%, aos 13.259 pontos.