O Sindicato dos Motoristas (Sindmotoristas) confirmou a realização da greve dos ônibus municipais a partir da 0h desta quarta-feira (3/7), em São Paulo. A paralisação tem potencial para afetar os deslocamentos de cerca de 1,5 milhão de pessoas, responsáveis por 4,2 milhões de embarques diariamente — aproximadamente 60% do sistema gerenciado pela prefeitura.
A principal reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 3,69%, além de um aumento real de 5% e a reposição das perdas salariais causadas pela pandemia. A greve foi aprovada em assembleia realizada na última sexta-feira (28/6) e ratificada após reunião realizada na tarde desta terça (2/7).
A greve deve afetar principalmente os sistemas estrutural e de articulação, uma frota de cerca de 7.300 ônibus, distribuídos em pouco mais de 800 linhas. São funcionários de empresas associadas ao SPUrbanuss, o sindicato patronal da capital.
As linhas que participam do sistema de distribuição e que estão principalmente na periferia da capital, aquelas que faziam parte do antigo sistema de cooperativas, não devem participar da paralisação. Elas transportam diariamente cerca de 1 milhão de passageiros —quase 3 milhões embarques.
Nos bastidores, a avaliação é de que a paralisação seria uma demonstração de força da nova gestão do sindicato, agora sob o comando de Edivaldo Santiago, que venceu a queda de braço com José Valdevan Noventa, antigo líder da categoria.
Justiça
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2) determinou que o sindicato mantenha 100% do efetivo de motoristas e cobradores nos ônibus da capital no horário de pico, das 6h às 9h e das 16h às 19h. Segundo a Justiça, o mínimo nos demais períodos será de 50% do efetivo.
Caso seja descumprida a determinação judicial, será aplicada uma multa de R$ 100 mil tanto ao relação ao Sindmotoristas (trabalhadores) quanto ao SPUrbanuss (patronal).
SPUrbanuss
O SPUrbanuss afirma que apresentou, nesta terça, na audiência realizada no TRT, proposta de reajuste salarial de 3,60% aos empregados do setor, “índice acima do INPC do período, mais eventual variação salarial definida pela FIPE, no salariômetro”.
“O SPUrbanuss espera que o bom-senso da categoria prevaleça e que, nesta quarta-feira, dia 03, seja integralmente mantido o serviço de transporte urbano de passageiros, essencial à mobilidade da população”, diz o sindicato patronal, em nota.