O ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, disparou uma série de ataques preconceituosos em um vídeo do dia 27 de abril que transmitiu ao vivo a reunião do Conselho de Saúde Suplementar. Sem saber que estava sendo gravado, Ramos disse que, em visita ao Equador, sua esposa passou mal e teve que ir ao hospital militar daquele país.
“Ela teve que ir, aliás, tô pensando em trocar de mulher viu, ela só dá problema. Então, eu joguei ela lá e o cenário era horrível, pois o governo, que é de esquerda, resolveu abrir para civis o hospital, pior que INSS aquilo lá. E querem fazer o mesmo aqui”, disparou ele.
Na mesma reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes provocou um incidente diplomático ao dizer que o “chinês inventou o vírus”, e que a vacina deles é menos efetiva que a dos americanos. Em seguida, ele reconheceu a incompetência do governo federal. “Nós do governo não teremos capacidade de cuidar da saúde do povo”.
Na sequência, ele foi obrigado a pedir desculpas, mas o ataque gratuito aos chineses já afeta o envio de insumos ao Brasil, denuncia o Instituto Butantan.
Leitos ociosos
As Forças Armadas divulgaram, pela primeira vez na pandemia, os dados sobre ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 nos hospitais militares, após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com as planilhas, as Forças bloquearam leitos à espera de militares em enfermarias e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e que há unidades com até 85% de vagas ociosas e elas não são abertas a pacientes civis. Os hospitais militares são mantidos com dinheiro público.
O TCU investiga possíveis irregularidades por parte de Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha, porque essas instituições não ofertaram a civis leitos destinados a pacientes com Covid-19 em unidades militares de saúde. As unidades consumiram pelo menos R$ 2 bilhões do Orçamento da União em 2020, apontou uma auditoria do tribunal.
Na reunião de 27/04, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, usou um exemplo do Equador para criticar o uso de hospitais militares pelo público em geral. “Um hospital de alto nível virou aquele… acho que INSS, com as pessoas pelos corredores”
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— Metrópoles (@Metropoles) May 11, 2021