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Barroso admite que Dilma foi vítima de um golpe de estado

Presidente do TSE escreveu, em artigo, que as 'pedaladas' foram apenas a justificativa formal para a sua derrubada

Barroso admite que Dilma foi vítima de um golpe de estado

Como disse o ex-senador Romero Jucá, o que ocorreu no Brasil foi "um golpe com Supremo, com tudo". 

O fato histórico de que a ex-presidente Dilma Rousseff foi derrubada por um golpe de estado foi admitido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que hoje preside o Tribunal Superior Eleitoral, em artigo para a edição de estreia da revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.

“A justificativa formal foram as denominadas ‘pedaladas fiscais’ —violação de normas orçamentárias—, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política”, afirmou Barroso, segundo relata a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna.

Como o Brasil não é um regime parlamentarista, ocorreu, portanto, um golpe parlamentar, por meio de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade – ilegalidade que deveria ter sido contida pelo Supremo Tribunal Federal, que preferiu lavar as mãos. Como disse o ex-senador Romero Jucá, o que ocorreu no Brasil foi “um golpe com Supremo, com tudo”.

Mônica Bergamo lembra ainda que Barroso já havia expressado esse raciocínio em julho de 2021, durante um simpósio em que afirmou: “Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela [Dilma] não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas, sim, foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”.

Depois do golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil retrocedeu em todos os indicadores econômicos e sociais, trabalhadores perderam direitos, a renda do pré-sal foi transferida da sociedade para acionistas privados (sobretudo internacionais) da Petrobrás e o Brasil passou a ser um país pária na cena internacional, porque poucos líderes quiseram se aproximar de um usurpador, como Michel Temer, ou de uma figura tosca como Jair Bolsonaro.