A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje, em Araraquara, Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato. A deputada Carla Zambelli (PL) é alvo de busca e apreensão. A corporação cumpre determinação assinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
O que aconteceu:
A PF investiga a atuação de Zambelli e Delgatti na invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão).
A PF cumpriu um mandado de prisão contra Delgatti em Araraquara, em São Paulo. Há mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete de Zambelli. São dois mandados de busca em São Paulo e três no Distrito Federal.
Os fatos investigados configuram os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
O UOL procurou a assessoria de imprensa de Carla Zambelli. A matéria será atualizada quando houver resposta.
Advogado de Walter Delgatti, Ariovaldo Moreira, informou ao UOL que seu cliente está preso na PF de Araraquara, mas não deu detalhes sobre os próximos passos que a defesa tomará. É a terceira vez que o hacker é preso em operação da PF. As outras duas ocorreram em 2019, na Operação Spoofing. Solto em 2020 usando tornozeleira eletrônica, foi preso novamente em junho de 2023 por descumprir as medidas judiciais, já que afirmou que cuidava das redes sociais de Carla Zambelli, o que era proibido.
Delgatti estava sob uso de tornozeleira eletrônica desde 10 de julho por decisão da Justiça.
Mandado de prisão falso contra Moraes
Delgatti e Zambelli conseguiram invadir os sistemas do CNJ e BNMP usando credenciais falsas obtidas de forma ilícita entre 4 e 6 de janeiro de 2023.
Foi inserido um mandado de prisão falso contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que dizia: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.
Também foram inseridos 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos nos sistemas do CNJ e de outros tribunais do Brasil.
Delgatti já admitiu que ele foi o autor da invasão ao CNJ e do falso mandado de prisão contra Moraes a pedido de Carla Zambelli. A invasão seria uma espécie de prêmio de consolação para a deputada, que queria, na verdade, que ele hackeasse as urnas eletrônicas e as contas de Moraes.
O ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) comentou a operação nas redes sociais.