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Polícia prende viúva de “Cabelo Duro”, o pivô de guerra interna do PCC

Segundo a investigação, Japa teria assumido os negócios do marido e cumpria papel importante na lavagem de dinheiro do PCC. Com ela, os policiais apreenderam mais de R$ 1 milhão, além de 50 mil dólares (R$ 250 mil).

Polícia prende viúva de “Cabelo Duro”, o pivô de guerra interna do PCC

Karen de Moura Tanaka Mori, a Japa, de 37 anos, que é viúva do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, executado durante guerra interna da facção criminosa em 2018

A Polícia Civil prendeu na capital paulista, nesta quinta-feira (8/2), Karen de Moura Tanaka Mori, a Japa, de 37 anos, que é viúva do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, executado durante guerra interna da facção criminosa em 2018.

Segundo a investigação, Japa teria assumido os negócios do marido e cumpria papel importante na lavagem de dinheiro do PCC. Com ela, os policiais apreenderam mais de R$ 1 milhão, além de 50 mil dólares (R$ 250 mil).

A polícia diz que Japa atuava em Santos, Cubatão e Guarujá, no litoral paulista, e na cidade de São Paulo. Para lavar dinheiro da facção, ela usaria comércios na área de beleza, imóveis e uma empresa do seu irmão. O pai dela também é suspeito de participar do esquema.

A investigação que levou à prisão da viúva de Cabelo Duro começou em junho de 2023, na cidade de Praia Grande. Ela foi pega na zona leste da capital paulista.

PCC

Segundo o delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, os investigadores chegaram até a mulher após detectar a movimentação financeira da célula do PCC. Nesta quinta, os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão na capital e em Bertioga, no litoral.

“Os relatórios de informações financeiras obtidos pela Polícia Civil indicam que a suspeita movimentava milhões de reais da facção para ocultar a origem do dinheiro oriundo do tráfico de drogas”, diz Dian.

A prisão de Japa também foi comemorada pelo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. “Esta ação é parte da estratégia de asfixia financeira do crime organizado”, afirma.

Cabelo Duro

Então líder do PCC na Baixada Santista, Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, de 32 anos, foi assassinado a tiros de fuzil na frente de um hotel, no Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo. Era fevereiro de 2018.

A morte de Cabelo Duro é um dos episódios mais importantes da história recente do PCC. Na ocasião, ele estava envolvido em uma guerra interna da organização criminosa, marcada por traições e disputas de poder, que causou mudanças na alta cúpula e até pôs em xeque a liderança de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Investigadores afirmam que Cabelo Duro foi morto por vingança após se envolver diretamente na emboscada contra dois líderes históricos do PCC: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.

Homens de confiança de Marcola, Paca e Gegê eram da Sintonia Geral Final, a mais alta cúpula da facção, passavam férias no Ceará e seriam levados de helicóptero para a Bolívia, onde ficariam escondidos. A aeronave emprestada para a missão era de Cabelo Duro.

Minutos após a decolagem, o helicóptero pousou em uma clareira aberta dentro de uma reserva indígena em Aquiraz, na Grande Fortaleza. Lá, Gegê e Paca foram executados a tiros.

Gegê e Paca morreram em 15 de fevereiro de 2018. Já Cabelo Duro foi assassinado uma semana depois.