×

Em recado no espelho, homem-bomba fez referência à mulher que pichou estátua do STF no 8 de janeiro

Débora Rodrigues dos Santos foi presa em março por escrever a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, localizada em frente ao STF. Ela foi flagrada por fotógrafos pichando o monumento no dia dos atos antidemocráticos.

Em recado no espelho, homem-bomba fez referência à mulher que pichou estátua do STF no 8 de janeiro

“Débora Rodrigues. Por favor, não desperdice batom!!! Isso é para deixar as mulheres bonitas!!! Estátua de merda se usa TNT!”, afirmou o recado.

O homem-bomba que morreu após explosões em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), Francisco Wanderley Luiz, deixou um recado no espelho da casa em que estava hospedado para a mulher que escreveu com batom “Perdeu, mané” na estátua que fica em frente à Corte, durante os ataques de 8 de janeiro de 2023.

“Débora Rodrigues. Por favor, não desperdice batom!!! Isso é para deixar as mulheres bonitas!!! Estátua de merda se usa TNT!”, afirmou o recado.

Débora Rodrigues dos Santos foi presa em março por escrever a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, localizada em frente ao STF. Ela foi flagrada por fotógrafos pichando o monumento no dia dos atos antidemocráticos.

Na casa do homem, foram encontradas caixas vazias de rojões, tubos de PVC, pilhas com placas acopladas e outros itens que, possivelmente, podem ter sido utilizados para fabricar bombas caseiras.

A residência também tinha um forte cheiro de pólvora e estava completamente suja, com móveis revirados e lama no chão.

Na madrugada desta quinta-feira (14), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi até a residência de Francisco. A CNN apurou que uma equipe antibomba encontrou na casa “muitos” explosivos prontos para detonação. Se os agentes estivessem descaracterizados, os artefatos teriam possivelmente explodido.

Nota de 1 dólar deixada à vizinha

A casa onde Francisco se hospedou, em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, pertencia a um lote com diversas residências que também são alugadas.

Sua vizinha de porta, Dayana Alves, relatou que o homem havia chegado a cerca de três meses e pagava o aluguel normalmente.

De acordo com a mulher, Francisco também entregou uma nota de 1 dólar a ela e pediu que guardasse a cédula, dizendo que um dia valeria muito.

Ele ainda assinou a nota, acrescentando seu nome e a data de 15 de outubro – quando o objeto foi entregue à inquilina.

A vizinha descreveu Francisco como um homem tranquilo e comunicativo, afirmando que “jamais” imaginaria que ele fosse capaz de cometer um ato como esse.

O que aconteceu

Na noite de quarta-feira (13), duas fortes explosões foram registradas nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF). No local, foi encontrado o corpo de um homem — que mais tarde foi identificado como Francisco Wanderley Luiz.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também confirmou a explosão de um carro, pertencente a Francisco, no Anexo 4 da Câmara dos Deputados.

Conhecido como Tiü França, o ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Santa Catarina foi o responsável pelas explosões.

Em nota, o PL de Santa Catarina informou que “reafirma sua posição contra qualquer ato de violência que fira pessoas ou ameace as instituições democráticas”. O partido também disse que defende “firmemente o equilíbrio entre os poderes da República” e que “nossas bandeiras sempre serão pautadas na defesa de democracia”.

Segundo as informações preliminares, Francisco Wanderley já tinha passagem pela polícia e foi preso em dezembro de 2012. Ele é o proprietário do veículo encontrado na cena do crime.

As autoridades permaneceram durante toda a noite realizando uma operação de varredura antibombas no local. A polícia também atuou para desativar artefatos plugados no corpo do indivíduo, que permaneceu no local do atentado até a manhã de quinta.

Após as explosões, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ativou o Plano Escudo — que permite a atuação do Exército nos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu e da Granja do Torto sem uma operação formal de Garantia da Lei e da Ordem.

A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito policial para investigar o caso.