Uma das mais longevas secretárias do Ministério da Saúde no Governo Bolsonaro, a médica Mayra Pinheiro, depôs à CPI da Pandemia abraçando uma defesa ferrenha da cloroquina e uma blindagem de Jair Bolsonaro com potencial de agradar ao Planalto. Não fosse ter negado o depoimento do ex-ministro e general Eduardo Pazuello ao menos três vezes.
A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde confirmou o documento no qual considera “inadmissível” o não uso do chamado “kit covid”, com medicamentos sem eficácia para a doença, em meio ao colapso de Manaus ?o militar havia afirmado que a pasta não havia indicado o remédio.
Também disse que o Ministério da Saúde teve conhecimento sobre o desabastecimento de oxigênio dois dias antes da data informada por Pazuello aos senadores. E admitiu que não houve ataque hacker nem alteração do aplicativo da pasta TrateCov, que indicava medicamentos como cloroquina e ivermectina até para bebês e animais, sem efeitos positivos para a doença, em meio ao colapso de Manaus.
Conhecida como “capitã cloroquina” pela defesa do medicamento na pandemia, Mayra Pinheiro demonstrou incômodo apenas pelo uso de uma patente do Exército no apelido.
“Apenas não acho o termo adequado, porque não sou uma oficial de carreira militar. Sou uma médica conceituada no meu Estado”, afirmou a cearense.
Diversas vezes, ela defendeu a hidroxicloroquina para casos leves de covid-19, outro uso já descartado pela comunidade científica internacional. Seu depoimento levou a Sociedade Brasileira de Infectologia a emitir uma nota desmentindo a médica.
“Tais medicamentos têm sua ineficácia comprovada para o tratamento da covid-19”, afirma a entidade. Mayra Pinheiro chegou a ouvir de senadores que insistir na defesa ao medicamento era “desonestidade intelectual” e “desvio de personalidade”. A médica não se intimidou e continuou defendendo o uso do remédio, embora contradizendo as próprias declarações várias vezes.
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